sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Salada Mista

                                

PIB: dois anos de queda

 
       Joaquim Levy, em sua primeira visita aos Estados Unidos como Ministro da Fazenda, reconheceu que a economia pode haver encolhido em 2014 (os dados definitivos só serão conhecidos, em divulgação do IBGE, em fins de março).

       No entanto, as previsões continuam sombrias, eis que, nesse mesmo dia, os analistas do mercado financeiro projetaram – igualmente de forma inédita –queda do PIB para 2015.

       Os especialistas apontam retração de 0,42%, mas há previsões que vão até 1,2%. Contribuem para tal pessimismo a inflação alta, pressão no câmbio (com o dólar em alta) e o consequente arrocho na política monetária.

       Dilma Rousseff nomeou Joaquim Levy, cuja presença no ministério contradiz quase tudo que a Presidente prometera nas eleições do ano passado.

       Depois da chamada em Nelson Barbosa, que ousara vir a público para declarar o óbvio, D. Dilma está silente. Sabe que não tem outra saída. Mas como é costume do escorpião de recair na própria natureza, mesmo a risco de seus interesses, será bom não baixar a guarda...

 

Confirmado Luciano Coutinho no BNDES

 
       No Banco desde 2007, a confirmação agora de Coutinho acende uma luzinha amarela. O atual chefe do BNDES goza da inteira confiança da Presidenta, e não será por acaso. No governo anterior, em que valia tudo ou quase tudo em termos de malabarismos fiscais, o BNDES teve grande participação nas chamadas capitalizações. Na verdade, essa participação já vem dos tempos de Lula, que se entusiasmara muito com a suposta mágica (para ele) capacidade de inventar recursos sem origem fiscal.

       Embora todos saibamos o que isso deu, o costume do cachimbo não faz a boca torta?

 
Eduardo Cunha e a próxima CPI da Petrobrás

 

       O que esperar do Presidente Cunha? Depois de sua memorável eleição e da fase de contestação que se sucedeu, com acenos a Rodrigo Maia, do DEM, e a subsequente, com forte acesso evangélico – projetos dia do orgulho heterossexual, composição da família, abominação do aborto – agora a mídia anuncia uma terceira, em que o mutável Cunha acena agora ao PT.

        Fala-se inclusive na possibilidade de que representante petista seja relator da CPI da Petrobrás. Se for verdade, mostraria que o fenômeno Cunha – que da oposição sem quartel passaria à composição – seria como aqueles aguaceiros no deserto, que fazem muito ruído, mas duram pouco...

        Pois Sua Excelência como exigirá respeito à Câmara se colocar um petista na relatoria da Comissão do Petrolão?  Depois de tanta algazarra, teríamos um êmulo de Marco Maia e outra enorme pizza?

        É bom que o Presidente Cunha pense bastante, pois voltaríamos a ter aquelas comissões anódinas, dos tempos do defunto Orestes Quércia, com a consequente desmoralização do Congresso...  Quero crer que não é isso o que pretende o empreendedor deputado do PMDB/RJ.

 

Cristina Kirchner e a marcha por Nisman


         Apesar do mau-tempo e do forte aguaceiro, cerca de 450 mil pessoas participaram da marcha pelo promotor Alberto Nisman.

         A desmoralização da presidente Kirchner e tentativas de contornar a revolta da sociedade argentina são patéticas, na medida em que todas as suas negaças e manipulações em nada influenciam o curso da surda revolta popular contra um governo corrupto, desastrado e ora suspeito dos piores gestos.

         Como uma testemunha involuntária das patranhas e manobras dos agentes da Casa Rosada veio demonstrar – malgrado os protestos da promotora Viviana Fein – não houve qualquer respeito em preservar a cena do crime (do promotor Nisman).  Chegaram inclusive a manipular o telefone de Nisman, e foi Natália que disse à promotora “não toque, é o telefone do cara que mataram”.

         Já há outro promotor designado – Pollicita – e não é que a bancada peronista o convoca  para que ele se explique? Será que essa gente – como disse o contestador final do demagogo Joseph McCarthy – não tem nenhuma vergonha ?

 
Maduro manda prender o Prefeito de Caracas

 

        Nicolás Maduro, o sucessor de Hugo Chávez, seria apenas mais um ditador ridículo com a sua palhaçada de vestir a bandeira venezuelana, se não prosseguisse com a mania conspiratória e consequente perseguição à oposição.

       As vítimas da vez são políticos respeitados da oposição. Antônio Ledezma está desde 2009 à frente da Prefeitura do distrito metropolitano de Caracas. O seu gabinete foi arrombado – os 50 homens encapuçados do chamado Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), sem qualquer mandado da justiça, irromperam na sala de Ledezma, a quem espancaram e aplicaram bastonadas.

      Os governistas querem igualmente implicar a deputada Maria Corina Machado no suposto complô. Ela afirmou que Mitzy Ledezma, mulher do prefeito, seguira o marido até a sede da Sebin. Mais tarde, Mitzy completaria: ‘Funcionários encapuçados atiraram várias vezes para o alto e levaram Antônio aos empurrões’.

        Nicolás Maduro, à noite, na já tradicional cadeia nacional de rádio e tevê, anunciou: “O senhor Ledezma, que no dia de hoje, por ordem da Procuradoria, foi capturado, deve ser processado pela Justiça venezuelana para que responda por todos os delitos cometidos contra a paz do país, a segurança e a Constituição.”

        Como as supostas conjuras se sucedem, e o governo vai trancafiando os líderes da oposição, em alegadas conjuras de que participariam também militares reformados e os Estados Unidos, não se sabe por quanto tempo Nicolás Maduro tocará o alarme sob a suposta ameaça de conspirações, que são apenas cortina de fumaça para desviarem a atenção do desastre político e econômico do governo do caminhonista Maduro.

 

( Fontes:  O Globo, Folha de S. Paulo )

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