O Ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, já
antecipara que o jogo seria virado depois do Carnaval. Com isso, o áulico ânimo
do ministro da Presidenta anunciava uma suposta futura vantagem do governo
petista sobre a oposição, eis que se demonstraria que os ditos ‘malfeitos’
devem ser atribuídos à Administração de FHC. Na dílmica interpretação, eles
seriam obra de funcionários da estatal, havendo a impunidade na década de 90
(se referia a FHC) levado ao aumento da
corrupção.
Segundo alvitra Merval Pereira, “tudo
indica que o governo e seu entorno decidiram agir de maneira coordenada para o enfrentamento
público das acusações, que logo serão conhecidas na sua integralidade. Estão
agindo em várias frentes.” (até a CUT está convocando marcha em favor da
Petrobrás, mas não contra aqueles que a saquearam, mas contra quem denuncia os
desvios).
Em reação ao
intento de limitar os danos das empreiteiras – está sendo feita tentativa de
livrar as empreiteiras da enrascada em que se meteram o menos prejudicadas
possível (através de ação da CGU uma
legislação sob medida que transforma o TCU
em órgão auxiliar dessa Controladoria, no exame de acordos de leniência e não
fiscalizador, no âmbito do Poder Legislativo – entrou em ação o Ministério
Público Federal, que cobra R$ 4,47
bilhões de empreiteiras. Essa soma total, além de R$ 319 milhões desviados,
aplica multa de R$ 959 milhões e estabelece indenização por danos morais de R$
3,19 bilhões.
O MPF
apresentou cinco ações em tal sentido à 2ª Vara Federal do Paraná, que envolvem
apenas as irregularidades na diretoria de
Abastecimento, na gestão de Paulo Roberto Costa, e cinco das 16 acusadas do cartel( OAS, Camargo
Corrêa e Sanko Sider, Engevix, Galvão Engenharia, e Mendes Júnior). As ações de
improbidade são o “espelho” na esfera cível, das ações criminais na 13ª Vara
Federal do Paraná. Treze dos acusados estão presos e respondem por organização
criminosa, corrupção passiva e ativa, lavagem e crimes contra o sistema
financeiro. Paulo Roberto Costa foi denunciado nas cinco ações, mas não foi
pedida condenação devido ao acordo de delação premiada já firmado.
O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da
força-tarefa da Operação Lava-Jato, disse, a propósito: ‘Essas empresas são
extremamente poderosas do ponto de vista
econômico e político. Estamos dando um tratamento republicano a essas
pessoas. Não queremos nada diferente
disso.”
E acrescentou:
“Estamos atacando o benefício (da corrupção) no coração dele, os benefícios
econômicos. Atacamos a corrupção no ponto que diz respeito à ganância das
pessoas. Nosso objetivo é que ela se torne desvantajosa e que empresas e
pessoas mantenham distância dessa prática.”
Tais empreiteiras já denunciadas
poderão responder ainda por crimes que dizem respeito à diretoria de Serviços,
de Renato
Duque (o único dos acusados que conseguiu ficar em liberdade provisória
por liminar do ministro Teori Zavascki), e por outros delitos,
como sobrepreço ou superfaturamento de contratos.
( Fonte: O Globo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário