quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Direitos Humanos para o Cidadão

                                  

         Nesta semana, duas movimentações de pessoas levantam a questão dos direitos humanos, e como devem ser resolvidos quando vão ao encontro dos direitos igualmente humanos de outras comunidades, seja quanto ao direito de ir e vir, seja na preservação de um bairro com condições mínimas de segurança e higiene.

        Cerca de duzentos operários das obras do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj) em Itaboraí ocuparam pistas da Ponte Rio-Niteroi, em um protesto contra atrasos em seus salários.  Eles são contratados terceirizados.

        Em consequência disso, milhares de pessoas ficaram presas ontem em carros, motos, ônibus, e até ambulâncias.

        Assinale-se que, segundo enfatiza O Globo, tal fechamento de pista representa mais um avanço na escalada do desrespeito com que militantes tratam a população. Em nenhuma cidade civilizada do mundo reivindicações de qualquer tipo podem justificar transtornos à população.

         A outra movimentação é a de craqueiros que resolveram sair do subúrbio para, aproveitando as confusões do período carnavalesco, transferir-se para o bairro de Ipanema.

          De início, as praças-objetivo eram a de Nossa Senhora da Paz e a General Osorio.

          Como a praça da Paz está em curso de obras do metrô, e tem um tapume à sua volta, o bando deslocou-se para a General Osório.

          Talvez a circulação desses craqueiros – a maior parte deles seria  di menor – teria sido facilitada pela  operação transferência das concentrações do bloco de Ipanema, nas suas diferentes e simpáticas modalidades: Simpatia é quase amor, Garota de Ipanema, etc.

          A alegria do Carnaval, no entanto, não pode mascarar invasões desse tipo, que nada têm a ver com o reinado da Folia.

          Esse grupo de infelizes não pode arranchar-se em um dos principais locais de Ipanema. A sua presença – com banhos na fonte, o seu emporcalhamento de praça que é geralmente bem frequentada, e que serve de contorno para restaurantes, bares, edifícios residenciais, e até luaus em fins de semana, e não por último o seu ataque às bicicletas de aluguer - o que fora tornado possível pela organização de um grande banco - e agora fica inviabilizado  pela incursão do bando, que desfez o sistema de segurança desse serviço público (o que automaticamente acarreta a cessação do serviço).

         Tais craqueiros, que vivem à margem da sociedade, não podem transferir-se para praças públicas recentemente recuperadas, e transformá-las no chavascal que caracteriza os lugares aonde acampam.

         Não vamos tornar Ipanema refém da hipocrisia de grupos seus defensores, o que ensejaria que a praça recentemente recuperada, e com boas condições de convivência, se torne mais outra cracolândia, num deslavado desrespeito do bairro, de seu comércio e da sua comunidade. Todos esses cidadãos e cidadãs – que participam do esforço em preservar Ipanema e seus locais tradicionais – merecem respeito. Tolerar a presença desses grupos de craqueiros é inadmissível.  Ipanema e a Praça General Osório não são lugares de refúgio para esses infelizes, que carecem de tratamento em locais apropriados, e não serem comparsas nesse espetáculo deprimente em que o poder público municipal e estadual dá deplorável exemplo de incompetência, negligência e até mesmo em eventual incursão em artigo do Código Penal, por não assumir a seu devido tempo as medidas necessárias para prevenir o que agora virou, pelo menos por enquanto, um inaceitável fato consumado.

 

( Fonte subsidiária:  O  Globo )

Nenhum comentário: