A arrogância
do Presidente Lula da Silva, valendo-se do despreparo de boa parte do
eleitorado brasileiro ao impingir como sucessora alguém sem o curso
completo na política, mais uma vez cobra preço alto ao bom governo.
Dilma Rousseff,
por vários meses, ignorou clara diretiva que político tarimbado timbraria em
obedecer com presteza.
Quando empresa
pública chega ao nível a que caíu a Petróleo Brasileiro S.A., com graves perdas
para o Erário, e outras mais para brasileiros e brasileiras que acreditaram na
boa administração da maior empresa nacional, e que já foi orgulho de nossa
gente, o elementar bom senso prático e político aconselha a pronta
substituição de toda a diretoria.
Com as revelações da Lava-Jato e as denúncias
decorrentes, não era só insustentável a posição de sua presidente, Maria das
Graças Foster, senão a de toda a chefia. Se não tivessem culpa direta, haviam
pecado por omissão, seja voluntária ou não, o que na melhor das hipóteses
aponta para deficiente atenção no que concerne às negociatas e tramoias que o
juiz Sérgio Moro e o Ministério Público Federal vem desvelando e agilizando com os processos respectivos.
Gregos e troianos declararam que a amiga
da Presidenta, Graça Foster, não tinha mais condições políticas de continuar na
Petrobrás.
É difícil
determinar a razão pela qual Dilma Rousseff acreditou que poderia manter a
presente diretoria. Sem animar-me a apontá-lo – por se tratar de questão de
foro íntimo – é muito provável que julgando tal questão de sua exclusiva
responsabilidade, cogitou a princípio que poderia remar não só contra a maré,
mas em especial contra as evidências, e o que recomenda a boa prática
política.
Ainda aprendiz,
imaginou que poderia ignorar o consenso à sua volta, como se a faculdade lhe
pertencesse por direito do cargo.
No entanto, o político
experiente não demonstra fraqueza quando
escuta a voz do bom senso. Como o demonstrou uma vez mais o escândalo de um
balanço que não fecha, e cuja auditoria em processo revela R$ 88 bilhões sob suspeita –
com a consequente desestabilização de nossa maior empresa, a que ora rondam a
SEC (a Comissão americana de ações e obrigações), e as agências de avaliação de
risco – foi rematado contrassenso prolongar essa inútil travessia em inevitável
deriva.
Grita aos céus
que se deveria muito antes substituir toda a diretoria, e entregar a empresa a
grupo de profissionais probos e competentes.
Fala-se que
Lula da Silva tem no bolso do colete mais uma indicação. Não creio que seja o
momento de que o ex-presidente venha a indicar mais alguém.
É a hora de
escolher nome de consenso, que se imponha pelo próprio peso, conceito e
experiência. Se possível um profissional apartidário, que deve gozar de
completa autonomia para proceder à limpeza das cavalariças de Áugeas.
( Fontes: O Globo; Folha de S. Paulo )
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