quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Afinal a Limpa na Petrobrás ?


                                  

        A arrogância do Presidente Lula da Silva, valendo-se do despreparo de boa parte do eleitorado brasileiro ao impingir como sucessora alguém sem o curso completo na política, mais uma vez cobra preço alto ao bom governo.

        Dilma Rousseff, por vários meses, ignorou clara diretiva que político tarimbado timbraria em obedecer com presteza.

        Quando empresa pública chega ao nível a que caíu a Petróleo Brasileiro S.A., com graves perdas para o Erário, e outras mais para brasileiros e brasileiras que acreditaram na boa administração da maior empresa nacional, e que já foi orgulho de nossa gente, o elementar bom senso prático e político aconselha a pronta substituição de toda a  diretoria.

        Com as revelações da Lava-Jato e as denúncias decorrentes, não era só insustentável a posição de sua presidente, Maria das Graças Foster, senão a de toda a chefia. Se não tivessem culpa direta, haviam pecado por omissão, seja voluntária ou não, o que na melhor das hipóteses aponta para deficiente atenção no que concerne às negociatas e tramoias que o juiz Sérgio Moro e o Ministério Público Federal vem desvelando e agilizando com  os processos respectivos.

        Gregos e troianos declararam que a amiga da Presidenta, Graça Foster, não tinha mais condições políticas de continuar na Petrobrás.

        É difícil determinar a razão pela qual Dilma Rousseff acreditou que poderia manter a presente diretoria. Sem animar-me a apontá-lo – por se tratar de questão de foro íntimo – é muito provável que julgando tal questão de sua exclusiva responsabilidade, cogitou a princípio que poderia remar não só contra a maré, mas em especial contra as evidências, e o que recomenda a boa prática política.

       Ainda aprendiz, imaginou que poderia ignorar o consenso à sua volta, como se a faculdade lhe pertencesse por direito do cargo.

       No entanto, o político experiente  não demonstra fraqueza quando escuta a voz do bom senso. Como o demonstrou uma vez mais o escândalo de um balanço que não fecha, e cuja auditoria em processo revela R$ 88 bilhões sob suspeita – com a consequente desestabilização de nossa maior empresa, a que ora rondam a SEC (a Comissão americana de ações e obrigações), e as agências de avaliação de risco – foi rematado contrassenso prolongar essa inútil travessia em inevitável deriva.

       Grita aos céus que se deveria muito antes substituir toda a diretoria, e entregar a empresa a grupo de profissionais probos e competentes.

       Fala-se que Lula da Silva tem no bolso do colete mais uma indicação. Não creio que seja o momento de  que o ex-presidente venha a indicar mais alguém.

       É a hora de escolher  nome de consenso, que se imponha pelo próprio peso, conceito e experiência. Se possível um profissional apartidário, que deve gozar de completa autonomia para proceder à limpeza das cavalariças de Áugeas.

( Fontes:  O Globo; Folha de S. Paulo )

Nenhum comentário: