Tinham carradas de razão aqueles
personagens que, sabedores da escolha por Lula da Silva de sua candidata de
algibeira, foram procurá-lo para tentar demovê-lo dessa indicação de que o
futuro demonstraria a insensatez.
O então
presidente foi adiante na fatídica recomendação. Pensara, então, que poderia
voltar ao Palácio do Planalto se o quisesse no mandato seguinte, o que, nos
seus cálculos interesseiros, ficaria difícil se apontasse para sucedê-lo nome
com maior peso no Partido dos Trabalhadores.
O fundador do
PT esqueceu-se da força e seduçáo do poder. Embora tenha tentado candidatar-se
em 2014, a dinâmica presidencial ajudou sua pupila a contrariá-lo.
Sabemos todos
o quanto aproveitaria à mulher do Lula
valer-se das vantagens da presidenta em funções, para pleitear a reeleição. Se
para o corpo eleitoral brasileiro, notadamente aquele das regiões mais pobres
(Norte e Nordeste) bastara em 2010 a sinalização de Lula da Silva para votar em
virtual analfabeta em política (contra candidatos tarimbados como José Serra e
Marina Silva), em 2014 o velho capitão foi escanteado na passagem do cortejo da
titular do cargo.
Para a sua
eleição em segundo turno, Aécio Neves carregaria as principais regiões do
Brasil, mas tal não seria bastante, eis que Dilma Rousseff venceria no Nordeste
e no Norte, além de colher o incrível descuido de um ex-governador (com 92% de
aceitação) que lograria perder em seu estado natal das Minas Gerais. Não
obstante tudo isso, o Brasil inteiro aguardaria impaciente pelo resultado final– o que
só aconteceria na derradeira fase da disputa, quando a candidata do PT exibiria
tênue vantagem de cerca de 3% dos votos.
Não foi o bom
governo de Dilma a que a reeleição coroou.
Premiou-se quem seus seguidores pensavam
ter a chave da bolsa-família. Assim, montada em benefício do erário público,
ela seria premiada como se fora do PT esse auxílio pela Caixa com o dinheiro do
orçamento de todos nós. Enfeitar-se com fantasia alheia...
Quando Dilma
logrou a reeleição, a Lava Jato ainda não tinha rasgado os enganosos toldos que
nos escondiam o Petrolão. Hoje sabemos o que devemos ao primeiro mandato da
discípula de Lula da Silva. Não é uma bela estória.
Mais do que a
desmoralização da Petrobrás, com o magno escândalo da propina, não só
instituída por quem bem conhecemos, mas amorosamente escondida por longos e na
aparência profícuos anos por titulares igualmente notórios. Eis que ao poder não
bastaria cevar-se do Mensalão. A ganância não parecia conhecer limites para a
gente do mando de um ex-partido ético e jacobino. E esse o filme que agora
passa em todas as praças desses Brasis, para mostrar à gente qual o gesto atual
do Partido dos Trabalhadores, que por tantos anos soube esconder nos próprios
porões o hediondo retrato de um redivivo Dorian Gray.
Feito esse
preâmbulo, Senhores e Senhoras, peço
licença para mostrar-lhes um escaninho – mas quê escaninho! – da estupidez
reinante no Palácio do Planalto. É do conhecimento geral a implicância da
Presidenta com a diplomacia brasileira. Já no tempo de Lula da Silva o seu
ministro aceitara a companhia de um assessor internacional – Marco Aurélio
Garcia -, com se Pindorama fosse Estados Unidos, em que o Secretário do
Exterior conviver com o Assessor da Presidência para os Assuntos de Segurança.
Esse Assessor
passou a cuidar da América Latina e notadamente os países chavistas e do então
grupo coletor das benesses de Hugo Chávez. Com o passar do tempo, a ingerência
desse senhor – o que se viu na apresentação de credenciais passada - tem
crescido, a ponto de ladear o Ministro em funções, em retrato de virtual equipolência.
O Brasil sempre
teve uma diplomacia de estado, mas com Lula e sobretudo Dilma, passamos a ter
uma de partido, a que se agrega eventualmente uma de estado.
Pela militante
ignorância diplomática da Presidenta, somada talvez a alguma mal-disfarçada
indisposição com a arte do Barão do Rio
Branco, estamos condenados a padecer rompantes de última hora, com a aplicação
de processos por inteiro estranhos à nossa diplomacia ,anterior ao PT.
O colunista
Ricardo Noblat estigmatizou na sua coluna de ontem – ‘Anão Diplomático’ - o que esta Senhora está logrando fazer de
nossos quadros diplomáticos. Em blog anterior – Zero em diplomacia – já mostrara
dos perigos de uma diplomacia feita de rompantes e de maus-humores, como é o
formato paradigmático da sucessora de Lula da Silva.
A humilhação é um remédio de todo
desaconselhável para uma diplomacia de país sério. Pelos defeitos de militante
ignorância da Chefe de Estado – e, pesa-me dizê-lo, a fraqueza de seus
assessores – estamos virando em verdadeiro país de là-bás, como há tantos anos
tentou rotular-nos o General de Gaulle.
Ao tripudiar em
relação ao representante diplomático – estava, inclusive, em primeiro lugar na
fila de embaixadores que apresentariam as credenciais (uma cerimônia rotineira na
diplomacia, que se pauta pelos padrões da cortesia do Chefe de Estado a quem se
apresentam as cartas-credenciais que dão fé à continuação das relações no nível
mais alto). Essa senhora ,sofrendo de um
acesso de húbris achou por bem desmoralizar o embaixador da Indonésia. A falta
de qualquer atenção para um mínimo de cortesia – e de respeito – a levou a
extrapolar, mandando em gesto que não honraria algum soba africano dos tempos
coloniais, que saísse da fila!
Parece que
Dilma, a iracunda, logrou o seu escopo de bagunçar as relações com a Indonésia.
E não é que o governo daquele país está estudando desfazer um contrato já
estabelecido e que beneficiava a Embraer, na venda de seus aviões, assim como o
cancelamento de outro de venda de mísseis!
Dilma decerto
pela sua ineficiência e incapacidade de gestão não nos surpreende. Está a inflação – que ela trouxe de volta! –
e a “escorregadinha” de 6,7% do PIB, a quarta maior entre 42 países!
Bem haja Senhor Lula da Silva, com a
sua tão oportuna indicação...
( Fontes: O Globo; coluna de R. Noblat )
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