O incrível déficit fiscal
É difícil
imaginar que, em outro país democrático, um governo como o de Dilma Rousseff
tenha conseguido reeleger-se, apesar de sua calamitosa atuação
econômico-financeira.
Ela trouxe, a
despeito de não poucas advertências, a inflação de volta. Fragilizou o Plano
Real – que jamais considerara fosse outra coisa que plano do PSDB, e não conquista da cidadania, ao
lograr vencer a inflação - e, como se
tal não bastasse, quebrou repetidamente o teto das metas anti-inflacionárias do
Banco Central.
Além da inação
nas obras anti-apagão – de que já sentimos os reflexos, afinal estourou a
verdade do déficit fiscal de 32,5 bilhões. Ao invés de o que
propalara, para fins eleitoreiros, Governo federal, estados e municípios
voltaram aos velhos tempos, a sublinhar que a faina de enfraquecimento da Lei
de Responsabilidade Fiscal também prosseguiu em 2014.
É grave o
simbolismo deste primeiro déficit fiscal desde 2002. Por conseguinte, a dívida pública aumenta, e passa
de 33,8% para 36,7 % do PIB. Joaquim Levy – se Dilma e o PT o
deixarem trabalhar – tem tarefa mais difícil agora de obter superávit fiscal de 1,2% do PIB.
Sabia-se que
as coisas não andavam bem, mas os números do Banco Central conseguiram
surpreender o mercado, que não esperava resultado tão ruim. Por que Miriam
Leitão considera a condução da
política fiscal um desastre no
primeiro mandato de Dilma? Se o déficit nominal de 6,7% do PIB é péssimo resultado, tal má notícia
se compõe com uma alta na dívida bruta em 6,6%, o que também é preocupante.
O mercado e os
analistas haviam acreditado que Maria das Graças Foster seria levada
na mega-crise da Petrobrás, mas Dilma
Rousseff preferiu respaldá-la e fazer ouvidos de mercador para o que
mercado e política recomendavam.
Considerou-se insustentável a posição de Maria das Graças, mas
esqueceram de consultar a Presidenta. A negação da realidade, sobretudo em
crises do porte da Petróleo Brasileiro S.A., em geral não dá bons resultados.
Pois sem qualquer desdouro da Presidente da Petrobrás, dado o tamanho do
escândalo e a enorme quantia que está sob suspeita, fica difícil entender que
se mantenha alguém na direção da maior empresa nacional, que não deu tento às
advertências de funcionária isolada da empresa, nem tampouco se teria apercebido
de que algo de muito errado grassava na
Petrobrás.
É voz
corrente e inegável o aparelhamento partidário da Petróleo Brasileiro. Se o
escândalo cresce a ponto de que se possa chamar a empresa de PTTROBRÁS, é outra estória. Nesse
contexto, por ora, a participação de Lula da Silva no mega-escândalo se tem circunscrito
às memoráveis produções cartunísticas de Chico Caruso.
Nota Citadina sobre descaso do Prefeito E. Paes
Desde algum tempo
se vê crescer o número de usuários de crack que aparecem nas calçadas de
Ipanema. Pela desatenção de certas agências, como a da Caixa Econômica Federal
na Visconde de Pirajá, entre Farme de Amoedo e
Teixeira de Melo, muitos
craqueiros se abrigam na calçada
fronteiriça, principiando a incomodar pelo número os transeuntes.
Agora, a
notícia de que esses bandos estejam migrando das cracolândias na zona Norte
para áreas como as Praças General Osório e a de Nossa Senhora da Paz – não obstante
esta última se ache cercada de tapumes pela interminável obra do Metrô – traz mais
um elemento de grave ameaça às características desses dois logradouros.
Pela
indiferença do Prefeito Eduardo Paes – que nada fez para preservar a memória
de Ipanema, conforme tenho denunciado por este blog e mais de uma vez – ora Ipanema pode ser considerada da
Francisco Sá até a Farme de Amoedo como descaracterizada, com a invasão da
tríade farmácias-bancos-e comércio de quinquilharias, como se fora continuação
da Copacabana, que hoje não mais relembra a Princesinha do Mar e o decantado bairro
de antanho.
Nessa toada,
o comércio de qualidade, e suas calçadas, vão batendo em retirada, tangidos seja
por aluguéis absurdos, seja pela displicência municipal. A memória perdida de
Ipanema, que um bom Prefeito timbrara em marcar em cerca de quarenta plaquetas de bronze nas
calçadas fronteiriças foi toda meticulosamente arrancada, em operação decerto
mágica, eis que nenhuma autoridade semelha haver-se dela apercebido.
( Fontes: O
Globo; coluna de Míriam Leitão )
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