Nesse fim de semana, o cessar-fogo
negociado em Minsk, a 5 de setembro de 2014, explodiu com força na cidade de
Donetsk. Na luta pelo aeroporto da cidade, havido como símbolo de controle
territorial, o exército ucraniano, após ter sido afastado das ruínas do
terminal aeroportuário, reagira, e com o auxílio de tanques, recuperou o
domínio tanto do que resta das ditas instalações aeroportuárias, assim como as
pistas do dito aeroporto.
Para o governo de Kiev, o aeroporto é
uma espécie de calcanhar de Aquiles da capital rebelde de Donetsk. Sem o seu domínio,
fica óbvio para a população residente que a república separatista de Donetsk
não logrará ser nem viável, nem autônoma.
O intervencionismo russo, manipulado
pelo Kremlin, continua sanhudo e
cínico. Segundo entrevista jornalística do Primeiro Ministro Arseniy P. Yatsenyuk, concedida em Kiev,
cerca de setecentos soldados russos cruzaram a fronteira para reforçar as
defesas rebeldes, que se acham na defensiva, na dita República separatista.
Não vieram, decerto, com as mãos
abanando. Ao atravessar a fronteira, traziam equipamento de artilharia, carregando
morteiros, armas e sistemas antiaéreos. Há muitas mortes nesse conflito – cerca
de quinhentos militares – e, segundo o Primeiro Ministro, o equipamento
transportado não poderia ser adquirido, nem em Donetsk, nem na Federação Russa. “Ele procede unicamente dos estoques
do Ministério russo da Defesa”.
O Ministério dos Negócios
Estrangeiros da Rússia, no que equivale a complementar diplomaticamente a descarada intervenção militar na Ucrânia
oriental, expediu comunicado em que
afirma dever a Ucrânia devolver voluntariamente o aeroporto ao controle
separatista.
É de assinalar-se que o comportamento
russo segue a cartilha do intervencionismo. Assim, a entrada na marra de
soldados russos em território ucraniano, foi precedida por carta do Presidente Vladimir
Putin ao seu homólogo ucraniano, com ‘aberturas de paz’. Por sua vez, o Presidente Petro O.Poroshenko
propôs imediato retorno ao cessar-fogo de Minsk. Assinale-se como o
comportamento de gospodin Putin imita a atitude dos finados ditadores Herr Hitler e Signor Mussolini, em que a pressão contra a próxima vítima do
imperialismo vem embrulhada em magnânimas ofertas de paz, cuja extensão aumenta
sempre na medida em que a invasão se torna mais aberta e despudorada.
Tampouco ajudará muito à Ucrânia que a manutenção das sanções
econômicas hajam sido mantidas pelos ministros do exterior da U.E. sob o pano
de fundo de memorandum interno vazado que recomenda às nações europeias revivam
alguma cooperação com a Rússia.
( Fonte: The New York Times )
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