terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Recrudesce o conflito na Ucrânia


                                        

           Nesse fim de semana, o cessar-fogo negociado em Minsk, a 5 de setembro de 2014, explodiu com força na cidade de Donetsk. Na luta pelo aeroporto da cidade, havido como símbolo de controle territorial, o exército ucraniano, após ter sido afastado das ruínas do terminal aeroportuário, reagira, e com o auxílio de tanques, recuperou o domínio tanto do que resta das ditas instalações aeroportuárias, assim como as pistas do dito aeroporto.

          Para o governo de Kiev, o aeroporto é uma espécie de calcanhar de Aquiles da capital rebelde de Donetsk. Sem o seu domínio, fica óbvio para a população residente que a república separatista de Donetsk não logrará ser nem viável, nem autônoma.

         O intervencionismo russo, manipulado pelo Kremlin, continua sanhudo e cínico. Segundo entrevista jornalística do Primeiro Ministro Arseniy P. Yatsenyuk, concedida em Kiev, cerca de setecentos soldados russos cruzaram a fronteira para reforçar as defesas rebeldes, que se acham na defensiva, na dita República separatista.

         Não vieram, decerto, com as mãos abanando. Ao atravessar a fronteira, traziam equipamento de artilharia, carregando morteiros, armas e sistemas antiaéreos. Há muitas mortes nesse conflito – cerca de quinhentos militares – e, segundo o Primeiro Ministro, o equipamento transportado não poderia ser adquirido, nem em Donetsk, nem na Federação Russa. “Ele procede unicamente dos estoques do Ministério russo da Defesa”.

          O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, no que equivale a complementar diplomaticamente a  descarada intervenção militar na Ucrânia oriental, expediu comunicado em que afirma dever a Ucrânia devolver voluntariamente o aeroporto ao controle separatista.

          É de assinalar-se que o comportamento russo segue a cartilha do intervencionismo. Assim, a entrada na marra de soldados russos em território ucraniano, foi precedida por carta do Presidente Vladimir Putin ao seu homólogo ucraniano, com ‘aberturas de paz’. Por sua vez, o Presidente Petro O.Poroshenko propôs imediato retorno ao cessar-fogo de Minsk. Assinale-se como o comportamento de gospodin Putin imita a atitude dos finados ditadores Herr Hitler e Signor Mussolini, em que a pressão contra a próxima vítima do imperialismo vem embrulhada em magnânimas ofertas de paz, cuja extensão aumenta sempre na medida em que a invasão se torna mais aberta e despudorada. 

          Tampouco ajudará muito  à Ucrânia que a manutenção das sanções econômicas hajam sido mantidas pelos ministros do exterior da U.E. sob o pano de fundo de  memorandum interno vazado que recomenda às nações europeias revivam alguma cooperação com a Rússia.

 

( Fonte: The New York Times )         

Nenhum comentário: