terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Delenda Marta ?

                                        

          Diante da entrevista de Marta Suplicy a Eliane Cantanhêde, do Estado de S. Paulo, a ordem de Dilma e do Palácio seria a isolar a Senadora. Não foi por acaso, portanto, que onze ministros compareceram ontem à posse do novo titular da Cultura, Juca Ferreira.

          Chamado de volta à Cultura, pelo tratamento dado à sucessora Ana de Holanda, Ferreira é uma figura controversa nesse ministério, caracterizado por pequenas dotações e grandes inimizades. Assim atuou em relação a Ana, envenenando-lhe o ambiente e forçando o seu afastamento. Por isso, mereceu acerba avaliação  do comportamento em recente coluna de jornal.

          A  Presidenta, em um primeiro momento, pende para diretiva de mostrar unidade do governo. Por isso, a ordem é não só prestigiar Juca, senão ignorar em público as críticas feitas na entrevista de Marta ao Estadão.

          A guerrilha entre Dilma e Marta não vem de hoje. Sem embargo, a presidenta não esconde a irritação com a atitude de ostensiva rebeldia da Senadora. 

          No entender de Juca – que é decerto experiente em termos de contendas intrapartidárias – ele é “um alvo eventual”. E acrescenta: “ o problema dela é com o PT, com a presidente e com o desejo já de algum tempo de ser candidata”.

          Marta tem criticado amiúde Dilma e aponta “desmandos e irregularidades” na gestão de Juca no ministério. 

          Marta, na avaliação de Ricardo Noblat, desmente que o candidato de Dilma à sua vaga seja Lula. Por sua vez, na opinião do ex-presidente, Aluizio Mercadante terá sequestrado o governo. Por seu lado, Marta detestaria Mercadante, despreza Dilma  e está magoada com o PT.

          Assestando a própria metralhadora giratória,  a ex-Ministra da Cultura diz: ‘já no primeiro dia (do segundo governo Dilma) vimos um ministério cujo critério foi a exclusão de todos que eram próximos de Lula.”

          E, no entender de R. Noblat,  a senadora se sente marginalizada dentro de um partido “cada vez mais isolado e que luta apenas pela manutenção do poder”.

          No entanto, há uma preocupação maior dos chefes petistas. Por isso vêem um ‘risco real’ se o prefeito Fernando Haddad tiver contestada a designação de parte Marta Suplicy. O poste de Lula que vem fazendo gestão medíocre e tem sofrido, em consequência, nas prévias, correria sério perigo se Marta contestá-lo nas urnas, logo ela de quem talvez os melhores lauréis vêm da prefeitura.

           Será interessante acompanhar a trajetória de Marta, com a eventual dissidência nas fileiras petistas, e a não-impossível conquista da mais importante municipalidade do país. Nesse contexto, os esforços da ala dilmista em enfraquecê-la, para proteger o oficialismo e as eternas ambições continuístas do partido da estrela solitária.

 

( Fontes:  Estado de S. Paulo, O Globo, Folha de S. Paulo )

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