Chamado de volta à Cultura, pelo
tratamento dado à sucessora Ana de Holanda, Ferreira é uma figura
controversa nesse ministério, caracterizado por pequenas dotações e grandes
inimizades. Assim atuou em relação a Ana, envenenando-lhe o ambiente e
forçando o seu afastamento. Por isso, mereceu acerba avaliação do comportamento em recente coluna de jornal.
A
Presidenta, em um primeiro momento, pende para diretiva de mostrar
unidade do governo. Por isso, a ordem é não só prestigiar Juca, senão ignorar
em público as críticas feitas na entrevista de Marta ao Estadão.
A guerrilha entre Dilma e Marta não
vem de hoje. Sem embargo, a presidenta não esconde a irritação com a atitude de
ostensiva rebeldia da Senadora.
No entender de Juca – que é decerto experiente em termos de contendas
intrapartidárias – ele é “um alvo eventual”. E acrescenta: “ o problema dela é
com o PT, com a presidente e com o desejo já de algum tempo de ser candidata”.
Marta tem criticado amiúde Dilma e aponta “desmandos
e irregularidades” na gestão de Juca no ministério.
Marta, na avaliação de Ricardo Noblat,
desmente que o candidato de Dilma à sua vaga seja Lula. Por sua vez, na opinião
do ex-presidente, Aluizio Mercadante
terá sequestrado o governo. Por seu lado, Marta detestaria Mercadante, despreza
Dilma e está magoada com o PT.
Assestando a própria metralhadora
giratória, a ex-Ministra da Cultura diz:
‘já no primeiro dia (do segundo governo Dilma) vimos um ministério cujo
critério foi a exclusão de todos que eram próximos de Lula.”
E, no entender de R. Noblat, a senadora se sente marginalizada dentro de
um partido “cada vez mais isolado e que luta apenas pela manutenção do poder”.
No entanto, há uma preocupação maior
dos chefes petistas. Por isso vêem um ‘risco real’ se o prefeito Fernando
Haddad tiver contestada a designação de parte Marta Suplicy. O poste de Lula que vem fazendo gestão
medíocre e tem sofrido, em consequência, nas prévias, correria sério perigo se
Marta contestá-lo nas urnas, logo ela de quem talvez os melhores lauréis vêm da
prefeitura.
Será interessante acompanhar a
trajetória de Marta, com a eventual dissidência nas fileiras petistas, e a
não-impossível conquista da mais importante municipalidade do país. Nesse
contexto, os esforços da ala dilmista em enfraquecê-la, para proteger o
oficialismo e as eternas ambições continuístas do partido da estrela solitária.
( Fontes:
Estado de S. Paulo, O Globo, Folha de S. Paulo )
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