quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Notícias direto do Front


                                         
A ameaça da crise energética

 

        Recordam-se do tom de menosprezo de dona Dilma acusando FHC e os tucanos de serem responsáveis pela então crise energética?  Da aparente extrema segurança que as suas palavras destilavam?

         Pois agora, com mais um apagão para ‘explicar’, o discurso é outro. O Ministro Eduardo Braga, das Minas e Energia, admite que falhas levaram ao corte de energia, o que o ONS negara.  É a reação típica do sistema:  primeiro a negação, como reflexo automático; mais tarde, o reconhecimento de falhas no sistema.

         O jornal O Globo arrola sete erros na gestão do setor elétrico. De minha parte, parece mais pertinente limitá-los a cinco: (a) demora nas obras de transmissão; (b)não integração dos parques eólicos ao sistema; (c) falta de incentivo à economia de energia; (d) o governo estabelece prazos irreais para projetos; (e) termelétricas poluentes e pouco eficientes. Os outros dois motivos - (f) atraso nas usinas de Belo Monte e do Rio Madeira e (g) estímulos muito grandes à compra de eletrodomésticos – não parecem proceder. As duas usinas são obras gigantescas – máxime Belo Monte  - e completa-las não é tarefa fácil; quanto à segunda, semelha sem propósito.

         O que interessa é seriedade na consecução dos objetivos, e não a reação automática e reflexa de prometer sem o correspondente intuito de levar a cabo a providência, no que seria apenas recurso para ganhar tempo. Senão, estamos na seara das fanfarronadas, muito similares às críticas menosprezantes da gestão de FHC. feitas por Dilma já na primeira campanha, em que venceu José Serra.

Papa Francisco sobre fecundidade

                      Em mais uma entrevista a bordo de avião, de regresso da viagem às Filipinas, Papa Francisco fez interessante e surpreendente (mesmo para ele) comentário sobre a fecundidade dos casais católicos.

          Respondendo à pergunta sobre o assunto, o Santo Padre fez uma observação: os católicos não devem pretender ter filhos como os coelhos.

          Esse comentário pode abrir uma nova via para a Igreja. Paulo VI, nos anos sessenta,  convocara Comissão para debater o tema. Quando soube que a maioria da dita Comissão pendia para abrir as opções aos casais católicos com relação à programação de filhos, Papa Montini efetuou inesperado recuo e com apoio na minoria tradicionalista da dita Comissão publicou a encíclica Humanae Vitae, que não admite a aplicação por casais católicos de métodos contraceptivos.

           A Igreja que parecia avançar nesse campo registrou desde então marcado recuo, que até hoje persiste.

            Se a observação de Papa Francisco – como, implicitamente, traduz tal tendência – pende para certa flexibilização da fecundidade dos casais, o novo Pontífice poderá estar anunciando em breve nova abertura da Igreja, retomando o caminho da Sé de Pedro desde a súbita peripeteia  de seu já longínquo predecessor Paulo VI.

           Tal mudança conservadora no pontificado de Papa Montini – que antes seguira linha progressista, como o fora na fase joanina (de João XXIII) -  abriu o chamado inverno na Igreja[1], que o curto intervalo de Papa João Paulo I (de pouco mais de trinta dias), por sua extrema brevidade, não contribuíra para interromper.   

( Fonte:  O Globo )



[1] De que nos fala o teólogo Karl Rahner, S.J.

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