Conforme previsto, Alexis Tsipras, do Syriza,
venceu na Grécia, alcançando 149 cadeiras (em trezentas). Negociou acordo com
Panos Kamenos, líder do partido dos Gregos Independentes, de centro-direita, e
que atingira 4,6% dos votos. Com isso terá maioria para formar governo.
Resta verificar como o Syriza, que é
considerado de extrema-esquerda se acertará com a centro-direita dos gregos
independentes. Ambos são contrários à política de austeridade, o que já é um
começo. A detenção do poder tende a facilitar de certa forma o modus faciendi, embora o desequilíbrio
more na disparidade ideológica. Nesse tipo de aliança, os mais fracos crescem pela
força oportunista das bancadas marginais, mas detentoras do acesso à maioria.
Tsipras e aliados enfrentarão o desafio da
União Européia e possivelmente de Angela Merkel. Passando dos slogans e comícios às reuniões em
Bruxelas, esse novo repto à linha preponderante na C.E. será equação em que,
além dos compromissos de campanha, serão computadas as importâncias relativas,
a experiência comunitária e a possibilidade de aliados, tanto oportunistas,
quanto de última hora.
É cedo, portanto, para apontar os
potenciais vencedores, embora não se possa esquecer o que está em jogo, e o
peso relativo dos contendores. Nesse contexto, por maior que seja a ameaça
retórica existem limites (e barreiras) muito claras que condicionam os
resultados da eventual contenda.
Entrementes, Tsipras hoje se reúne
com o Presidente da República Helênica, Karolos
Papoulias, que está no fim do seu segundo e último mandato. Deverá
confirmá-lo como Primeiro Ministro, o que levará à votação pelo Parlamento
Helênico do primeiro gabinete de esquerda radical no governo da Grécia.
Não é certo que a esquerda nunca tenha
governado a Grécia. O Pasok –
socialista – se alternou no poder até o presente com a Nova Democracia (direita).
Papandreou
– e mais tarde seu filho – foram primeiros-ministros na Grécia, com o Pasok. E Karamanlis foi o principal nome da Nova
Democracia, hoje representada por Samaras.
O futuro determinará se a Grécia,
através do Syriza de Alexis Tsipras, poderá influenciar a atual postura da
C.E., em que predomina a austeridade alemã, representada pela Chanceler
Angela Merkel.
( Fontes: The New York Times, O Globo, Folha de S.
|Paulo )
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