segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Tsipras vence na Grécia

                                  

           Conforme previsto, Alexis Tsipras, do Syriza, venceu na Grécia, alcançando 149 cadeiras (em trezentas). Negociou acordo com Panos Kamenos, líder do partido dos Gregos Independentes, de centro-direita, e que atingira 4,6% dos votos. Com isso terá maioria para formar governo.

           Resta verificar como o Syriza, que é considerado de extrema-esquerda se acertará com a centro-direita dos gregos independentes. Ambos são contrários à política de austeridade, o que já é um começo. A detenção do poder tende a facilitar de certa forma o modus faciendi, embora o desequilíbrio more na disparidade ideológica. Nesse tipo de aliança, os mais fracos crescem pela força oportunista das bancadas marginais, mas detentoras do acesso à maioria.

          Tsipras e aliados enfrentarão o desafio da União Européia e possivelmente de Angela Merkel. Passando dos slogans e comícios às reuniões em Bruxelas, esse novo repto à linha preponderante na C.E. será equação em que, além dos compromissos de campanha, serão computadas as importâncias relativas, a experiência comunitária e a possibilidade de aliados, tanto oportunistas, quanto de última hora.

           É cedo, portanto, para apontar os potenciais vencedores, embora não se possa esquecer o que está em jogo, e o peso relativo dos contendores. Nesse contexto, por maior que seja a ameaça retórica existem limites (e barreiras) muito claras que condicionam os resultados da eventual contenda.

          Entrementes, Tsipras hoje se reúne com o Presidente da República Helênica, Karolos Papoulias, que está no fim do seu segundo e último mandato. Deverá confirmá-lo como Primeiro Ministro, o que levará à votação pelo Parlamento Helênico do primeiro gabinete de esquerda radical no governo da Grécia.

         Não é certo que a esquerda nunca tenha governado a Grécia. O Pasok – socialista – se alternou no poder até o presente com a Nova Democracia (direita).

         Papandreou – e mais tarde seu filho – foram primeiros-ministros na Grécia, com o Pasok. E Karamanlis foi o principal nome da Nova Democracia, hoje representada por Samaras.

         O futuro determinará se a Grécia, através do Syriza de Alexis Tsipras, poderá influenciar a atual postura da C.E., em que predomina a austeridade alemã, representada pela Chanceler Angela Merkel.

 

( Fontes:  The New York Times, O Globo, Folha de S. |Paulo )          

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