Alteração de Perfis de jornalistas na Wikipedia
Se não
surpreende, provoca estranheza, como assinala O Globo de hoje, que sejam feitas
alterações nos perfis da Wikepedia (enciclopédia virtual),
através da rede de internet do
Palácio do Planalto.
Os perfis da
vez são os de Miriam Leitão,
conceituada colunista econômica e financeira de O Globo, e de Carlos Alberto
Sardenberg, comentarista da CBN e
da Rede Globo.
É estranhável
que o equipamento do Palácio do Planalto, que é público, adote procedimentos
típicos de hackers, que sóem
introduzir nessa rede enciclopédica virtual comentários derrogatórios ou
deformações intencionais, muita vez a mando de indivíduos ou entidades que se
propõem desfigurar análises isentas acerca de perfis ou matérias determinadas.
Como indica o
artigo, o IP 200.181.15.10., da Presidência da República “foi usado na
enciclopédia colaborativa virtual para fazer alterações” em maio de 2013. Sem
embargo, importa assinalar que “apenas os administradores da rede do Planalto
têm como saber exatamente qual equipamento do local foi usado.”
As alterações
se propõem inserir observações negativas sobre os colunistas, como, v.g., a
qualificação das análises de Miriam Leitão como “desastrosas”. Por outro lado, a colunista desmente a sua pretensa defesa de Daniel Dantas: “É mentira que
eu tenha defendido Daniel Dantas. Acho que é espantoso que um órgão público,
ainda mais o Palácio do Planalto, use recursos e funcionários públicos para
fazer esse tipo de ataque a jornalistas, quando deveria estar dedicado às
questões de Estado.”
Por sua vez,
diante de ataques similares e de alterações no respectivo perfil, Carlos Alberto
Sardenberg observou: “Minhas opiniões são sempre muito claras. A
política do Banco Central tem sido muito errática e sem uma lógica, tanto é que
fizeram uma redução de juros forte e, depois, tiveram que subir, então, é óbvio
que está errado. É evidente que minha posição é claramente crítica a esse
governo”. (Sem embargo) “dizer que, porque meu irmão trabalha na Febraban, sou
lacaio dos bancos é uma canalhice, uma baixaria.(...) É antiético, porque você
coloca no perfil uma ilação. Usando um
equipamento do governo, se faz uma ilação que não pode ser feita.”
O Estranho Levante contra a
Ucrânia
Em
visita de solidariedade à Ucrânia, o Secretário-Geral da Organização do Tratado
do Atlântico Norte (NATO), Anders Fogh Rasmussen, reportou-se à existência de
vinte mil soldados russos na fronteira das províncias orientais ucranianas:
“Peço à Rússia para recuar e não usar da manutenção da paz como desculpa para
fazer a guerra”.
Tal
observação de Rasmussen não é feita por acaso. Esse recurso de equipamentos de
operações para a manutenção da paz foi igualmente usado pela Federação Russa,
na sua (bem-sucedida) intervenção militar na Península da Crimeia, que culminou
com o plebiscito – com redação dúbia e feito de afogadilho – que tentou
coonestar a anexação daquela província por Moscou. Agora, como frisou o
Secretário-Geral da NATO, o apoio moscovita aos rebeldes tem crescido em
“escala e sofisticação.”
À
estratégia do Kremlin não falta sofisticação e tentativas de apagar a
assinatura e o apoio do aparelho moscovita à cínica intervenção nas questões
internas da Ucrânia. Posto que a luz do
sol não se oculta com peneiras, os intentos visam a dar suposta orientação
autônoma e interna a um ataque que vem do exterior próximo.
A
última manobra nesse sentido é a troca no comando da auto-proclamada República
Popular de Donetsk: saiu do comando
nominal o russo Alexander Borodai, para a entrada de um natural ucraniano,
Alexander Zakharchenko.
O
exército ucraniano tem feito algum progresso na sua missão de restabelecer a
autoridade de Kiev sobre toda a região.
Dado o interesse de Moscou em estender o respectivo domínio sobre essa área –
de forma a dispor de melhor acesso à nova província da Crimeia – as
perspectivas continuam dúbias que as
forças de Kiev logrem prevalecer nessa luta.
Prorrogação do Asilo a Snowden
A situação de Edward Snowden – que era agente contratado
da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos – e que tomara a iniciativa
de revelar a existência de amplo sistema de espionagem eletrônica tanto interna quanto externa, de parte da
dita NSA – acaba de sair do relativo limbo em que se encontrava. Com efeito,
Snowden solicitara no mês passado a renovação do asilo político temporário
na Rússia. Ali chegado a 23 de junho de 2013, após deixar os Estados Unidos e,
via Hong-Kong, lograr fugir do longo braço de Washington, Snowden carecia de
ter prorrogado o seu direito de estada em terra russa.
Termina, assim, por ora, a indefinição no status do ex-analista de informação. Segundo o seu advogado Anatoli Kucherena a sete do corrente mês teve estendida a
permanência por mais três anos. É de
notar que se Snowden permanecer na Federação Russa por cinco anos, terá o
direito de pleitear a cidadania russa.
( Fontes: O
Globo, Folha de S. Paulo )
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