Notícias ruins nunca vem sozinhas,
como reza a sabedoria popular. No caso
de Dilma Rousseff isso é mais do que compreensível.
A grande
gerente – no dizer de Lula da Silva – se fosse empreendedora privada, já teria
falido, pela sua má-gestão da economia, e por uma série de escolhas insensatas.
Além de ter
trazido a inflação de volta – talvez o seu maior equívoco, dentre os erros
garrafais com que nos tem mimoseado – a gerentona
mostraria em relativamente pouco tempo o quão ilusório e mau-caráter tinha sido
o famoso elogio do Líder Máximo.
Segundo a
fonte – que é das melhores – além de enveredar no que chamaríamos de propaganda
enganosa, ele o fez, não por gesto de desprendimento, mas com o intuito de
vender gato por lebre. Malgrado as advertências recebidas – e não teriam sido
de má fonte – o ex-torneiro mecânico decidiu ir em frente, para guardar a carta
junto ao peito de possível decisão de, em último caso, entrar ele na refrega.
Tais espertas
cautelas muita vez as levam, as águas do futuro. Como terá determinado, para
seu desaponto, quem se intitula Nosso Guia, a astúcia em demasia pode às vezes
sair pela culatra.
Vejam só,
ilustres passageiros do bonde Brasil, a peça que pregou o Destino. Lula da
Silva, o estadista, apesar de todas as precauções – e, convenhamos, ele as
tomou e muitas – ora vê afundar sua candidata de algibeira – cujo pregresso lançamento
funcionara à maravilha para a eleição de 2010, desbaratando pela sagrada
aliança do caudilhismo com a sólida ignorância, as hostes do então candidato
tucano, José Serra, quiçá o brasileiro mais bem preparado para assumir a
presidência da república.
Convenhamos
que dona Dilma exagera na sua bagagem de malogros. A economia continua a
encolher, e a recessão está aí. Contra a cidadela petista, convergem muitos
erros (inflação, gestão ruinosa, encolhimento do PIB, inchação da máquina,
excesso de malfeitos – que é apenas o
roto disfarce da corrupção,etc.).
Por isso, o
congresso das más notícias não acontece por acaso: enquanto se noticia o
encolhimento da economia e a velha recessão, vêm as pesquisas bater nos pregos
de um caixão ainda aberto: além de empatar com Dilma no primeiro turno, com 34%
dos votos, Marina a ultrapassaria no segundo turno, com dez pontos de vantagem.
Em tertius, assiste de longe o patético
Aécio Neves. Depois de negar, em três campanhas seguidas, qualquer mãozinha aos
companheiros tucanos de São Paulo, o neto de Tancredo Neves (que, pelo visto,
dele herdou apenas a ambição, mas não a visão política e o bom-senso) se vê
consignado à rabeira da eleição.
O já-ganhou,
esse nefário personagem – que reponta por esses brasis afora – é a grande
ameaça para Marina Silva. Chegando tão alto, e com tantas risonhas
perspectivas, todo o cuidado será pouco.
No mar de
encômios e abraços que a sauda, ela deve seguir o conselho do jacaré. Nadar com
prudência e de costas, semelha mandatório.
(Fontes: O
Globo, Folha de S. Paulo)
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