sábado, 30 de agosto de 2014

Dilma desmorona ?

                                         

        Notícias ruins nunca vem sozinhas, como reza a sabedoria popular.  No caso de Dilma Rousseff isso é mais do que compreensível.

        A grande gerente – no dizer de Lula da Silva – se fosse empreendedora privada, já teria falido, pela sua má-gestão da economia, e por uma série de escolhas insensatas.

        Além de ter trazido a inflação de volta – talvez o seu maior equívoco, dentre os erros garrafais com que nos tem mimoseado – a gerentona mostraria em relativamente pouco tempo o quão ilusório e mau-caráter tinha sido o famoso elogio do Líder Máximo.

        Segundo a fonte – que é das melhores – além de enveredar no que chamaríamos de propaganda enganosa, ele o fez, não por gesto de desprendimento, mas com o intuito de vender gato por lebre. Malgrado as advertências recebidas – e não teriam sido de má fonte – o ex-torneiro mecânico decidiu ir em frente, para guardar a carta junto ao peito de possível decisão de, em último caso, entrar ele na refrega.

        Tais espertas cautelas muita vez as levam, as águas do futuro. Como terá determinado, para seu desaponto, quem se intitula Nosso Guia, a astúcia em demasia pode às vezes sair pela culatra.

        Vejam só, ilustres passageiros do bonde Brasil, a peça que pregou o Destino. Lula da Silva, o estadista, apesar de todas as precauções – e, convenhamos, ele as tomou e muitas – ora vê afundar sua candidata de algibeira – cujo pregresso lançamento funcionara à maravilha para a eleição de 2010, desbaratando pela sagrada aliança do caudilhismo com a sólida ignorância, as hostes do então candidato tucano, José Serra, quiçá o brasileiro mais bem preparado para assumir a presidência da república.

         Convenhamos que dona Dilma exagera na sua bagagem de malogros. A economia continua a encolher, e a recessão está aí. Contra a cidadela petista, convergem muitos erros (inflação, gestão ruinosa, encolhimento do PIB, inchação da máquina, excesso de malfeitos – que é apenas o roto disfarce da corrupção,etc.).

          Por isso, o congresso das más notícias não acontece por acaso: enquanto se noticia o encolhimento da economia e a velha recessão, vêm as pesquisas bater nos pregos de um caixão ainda aberto: além de empatar com Dilma no primeiro turno, com 34% dos votos, Marina a ultrapassaria no segundo turno, com dez pontos de vantagem.

          Em tertius, assiste de longe o patético Aécio Neves. Depois de negar, em três campanhas seguidas, qualquer mãozinha aos companheiros tucanos de São Paulo, o neto de Tancredo Neves (que, pelo visto, dele herdou apenas a ambição, mas não a visão política e o bom-senso) se vê consignado à rabeira da eleição.

          O já-ganhou, esse nefário personagem – que reponta por esses brasis afora – é a grande ameaça para Marina Silva. Chegando tão alto, e com tantas risonhas perspectivas,  todo o cuidado será pouco.

           No mar de encômios e abraços que a sauda, ela deve seguir o conselho do jacaré. Nadar com prudência e de costas, semelha mandatório.

(Fontes:  O  Globo, Folha de S. Paulo)

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