Vitória de Erdogan na Turquia
Fundado no apoio
do interior da Turquia, sobretudo de sua população sunita, Recep Erdogan venceu o pleito já no primeiro turno, com maioria de
51,9%.
Erdogan é
Primeiro Ministro desde 2003, havendo sido nomeado e referendado por maiorias
do AKP – Partido da Justiça e
Desenvolvimento – por três mandatos. Apesar de seu caráter religioso, o AKP
soube contornar as restrições do Estado kemalista laico, e perdurar no poder.
Já em 2013
tentara instaurar o regime presidencialista no país, mas não logrou no intento.
Nos últimos meses, a sua popularidade baixara, por causa de escândalos de
corrupção que o envolveram diretamente, pelo seu crescente autoritarismo,
inclusive pelo modo com que tentou abafar manifestações populares, motivadas pelo
intento de Erdogan de derrubar parque em Istambul.
O atual Presidente da Turquia, Abdullah Gul, que é também do AKP, se distanciou nos últimos tempos de
Erdogan. Por primeira vez, um presidente
é eleito pelo voto popular e não por votação indireta.
Erdogan não
tem a intenção de se deixar cercear pelos atuais poderes da Presidência, que,
por ora são mais de caráter formal e cerimonial. Somente em 2015, nas eleições legislativas,
disporá de nova oportunidade de reformar a Constituição para transformar-se em
mandatário com plenos poderes, nos moldes dos regimes presidencialistas.
Semelha
difícil que o autoritário Erdogan se vá contentar até lá com as restrições da
atual presidência.
Como não se
pejou de declarar que, entrementes, usaria todos as faculdades a seu alcance para reformar a Constituição e “presidencializar” o governo,
o mundo político turco deve apertar o cinto, porque não se poderá
excluir a inevitável turbulência.
Um ‘exemplo’
que poderia inspirar Erdogan está no presidente francês da Terceira República,
Raymond Poincaré. Esse político de direita, que muito contribuíu por seu
irredentismo, demagogia e populismo, para a eclosão da tragédia-mãe do século
XX, a Grande Guerra de 1914-1918, apesar de exercer cargo formalmente sem
maiores executivos, soubera valer-se para ter força política através da
nomeação de candidatos fracos para Primeiro Ministro, de forma a governar por
interposta pessoa.
A maioria que
elegeu Erdogan é sunita, conservadora e interiorana. Constituindo, na prática,
a metade do eleitorado, o ‘mandato’ atribuído ao novo Presidente exigiria em
princípio flexibilidade e composição com outras correntes políticas. A moderação que seria necessária não tendo
sido ultimamente evidenciada por Recep Erdogan, que em passado recente se chocou
com os jovens e os setores mais liberais do arco constitucional.
Racionamento de água
O drama
enfrentado pela grande São Paulo, com a enorme queda nos níveis do reservatório
da Cantareira, que é decorrência da prolongada seca que sofre a região dos
mananciais desse sistema, já determinou na prática o racionamento para dezoito cidades do Estado de São Paulo.
Para
enfrentar a sua relativa falta, dezoito cidades paulistas
interrompem o fornecimento de água por períodos que vão de quatro horas a dois
dias.
Dentre
elas, está a segunda maior do Estado – Guarulhos – onde 1,3 milhões de
moradores passam um dia (de cada dois) sem água.
O
restante oitocentos mil está formado por cidades médias – como Sorocaba
e Itu – e pequenas, como Aguaí, Casa Branca e Pereiras.
Se o
transtorno da falta d’água está sempre presente, ele varia entre o rodízio do
dia sim para um (ou dois) dia(s) não, bem como através dos cortes diários, que
podem ser regulares ou – o que ainda
pior -
irregulares.
É difícil imaginar algo mais desconfortável –
e anti-higiênico - do que a falta d’água, seja em termos de higiene corporal, seja em
matéria alimentar.
Nesse
contexto, o desperdício deve ser combatido com a maior severidade. O remédio
adequado é a multa (ela tem variado no Estado de São Paulo entre R$ 500 e R$
5000).
O Rio de Janeiro – sobre o qual já
pesa a ameaça de restrições no fornecimento de água na bacia fluvial que
interessa ao Rio e a São Paulo, por desvios desse fluxo por São Paulo – deveria
coibir esse desperdício, que é geral praticado seja na lavagem de calçadas com
mangueiras de pressão, seja no desvio para jardins decorativos de água para
consumo humano. Nesses casos, a água é
utilizada com crassa e memorável displicência (sem falar de indolência
sistêmica), para suprir a limpeza por vassouras de áreas de serviço, o que se
afigura inadmissível já em condições de normalidade, quanto mais nas presentes
circunstâncias, em que, por culpa do bicho homem, escasseia o precioso líquido.
Boa maneira de impulsionar o crédito?
É sabida a posição do governo Dilma de impulsionar a produção através do incentivo ao consumo. Pouco importa que
a dita impulsão não tenha dado muito as caras, se depararmos os índices do
pífio crescimento econômico.
De
qualquer forma, o governo petista deseja
até modificar o Código Civil.
Nesse sentido, a coisa funcionaria da seguinte forma: se adotaria uma versão
mais ‘light’ da defesa dos direitos
do consumidor. A ideia seria agilizar a retomada dos carros em caso de atraso de pagamento
das prestações. Nesse sentido, não mais o Banco careceria de notificar o cliente
supostamente inadimplente via oficial de justiça.
Ao invés disso, a polícia teria permissão
até de apreender o veículo através de uma ‘blitz’. Para tanto, ainda este
ano o Governo tenciona enviar proposta de alteração do Código Civil, a fim de que as novas regras possam ser
regulamentadas.
Dessa forma, dando maior poder aos Bancos para reaver o automóvel, se
baratearia o processo e, por conseguinte, os ditos estabelecimentos bancários
poderiam – segundo prometem – até baixar os juros...
(Fontes: Folha de S. Paulo, O Globo)
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