sábado, 2 de agosto de 2014

Recessão às portas ?

                                      

        Há muitas notícias nos jornais que nos falam de queda em vários setores da atividade econômica. A manchete da Folha diz: Carros puxam pior queda da indústria em cinco anos.
        Segundo o IBGE, a produção da indústria brasileira caíu 6,9% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi a quarta queda consecutiva e o pior desempenho do setor desde setembro de 2009 (quando a indústria sofria os efeitos da ‘marolinha’ de Lula, que na verdade se tratava do contágio com a crise financeira internacional de então).

        Em relação a maio, o recuo da indústria foi de 1,4%.  Já no setor de bens duráveis (incluindo automóveis, eletrodomésticos e móveis) houve forte retração em junho último sobre junho de 2013: 34%.  Da queda acumulada da indústria (2,6%) em 2014, 1,9% ponto percentual vem do encolhimento do fabrico de veículos.

        As montadoras estrangeiras – e como o leitor bem sabe não há montadoras nacionais no setor automotivo – FIAT e Ford vão conceder férias coletivas aos trabalhadores em agosto vindouro (que é o primeiro recurso em período de crise nas vendas). Por sua vez, a General Motors avisou aos sindicatos que haverá suspensão temporária de contrato de trabalho.

        Por outro lado, no primeiro semestre, as compras brasileiras de produtos argentinos caíram 20% (importou  50% menos trigo e 28% menos automóveis).  Essa desaceleração da economia brasileira tornará mais difícil para a Argentina sair da crise (o Brasil é o principal destino das exportações portenhas).

        Por sua vez, O Globo, em manchete de primeira página, estampa que a produção industrial caiu em 21 de 26 setores. A crise no ramo de veículos mostra um recuo de 36,3% em um ano. Assim, dentro do setor de bens duráveis, a queda no fabrico de veículos é comparativamente maior a de eletrodomésticos e móveis. Em relação a junho do ano passado, a queda no desempenho industrial em geral foi de 6,9%, e no setor de bens de capital – máquinas para fazer máquinas, houve retração de 21,1% .

         Segundo mostra Miriam Leitão, “há muitas explicações para a queda da indústria, mas há uma única abrangente: o governo errou na política industrial, porque, em vez de remover os obstáculos ao aumento da produtividade, distribuíu incentivos fiscais, subsídios, e aumentou barreiras às importações”.

               A colunista de O Globo assinala que é errado escolher setores e empresas para serem campeões nacionais: “deu errado no governo militar e fracassa novamente agora”. Se a Copa foi uma razão pontual, com a sua série de paralisações,  as dificuldades principais são outras. “Os impostos já chegam a 38% do PIB e só alguns setores recebem benefícios”. Mas há outros indicadores negativos: a infraestrutura continua capenga, a taxa de investimento caíu para 17,7% do PIB e a taxa de poupança baixou (12,7% no primeiro trimestre).

              O fator energético, cujos custos foram reduzidos em 2013, disparou em 2014 e virou uma interrogação para o futuro.

              Por fim, no setor de financiamento de campanhas políticas – em que a economia decerto interfere, mas sobretudo a avaliação da perspectiva do(a) candidato(a),  Dilma Rousseff arrecadou R$ 9,6 milhões no primeiro mês de sua campanha pela reeleição 35% a menos do que havia conseguido em período equivalente em 2010.

               Por sua vez, Aécio Neves arrecadou entre R$ 10 e 12 milhões (Serra arrecadara  R$ 4,7 milhões ). Já Eduardo Campos arrecadou neste ano R$ 8,2 milhões.

              

(Fontes:  O Globo,  Folha de S. Paulo)

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