Há muitas notícias nos jornais que nos falam de queda
em vários setores da atividade econômica. A manchete da Folha diz: Carros
puxam pior queda da indústria em cinco anos.
Segundo o IBGE, a produção da indústria brasileira caíu 6,9% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi a
quarta queda consecutiva e o pior desempenho do setor desde setembro de 2009
(quando a indústria sofria os efeitos da ‘marolinha’ de Lula, que na verdade se
tratava do contágio com a crise financeira internacional de então).
Em relação a maio, o recuo da indústria
foi de 1,4%. Já no setor de bens
duráveis (incluindo automóveis, eletrodomésticos e móveis) houve forte retração
em junho último sobre junho de 2013: 34%. Da queda acumulada da indústria (2,6%) em 2014, 1,9% ponto percentual vem do encolhimento do fabrico de veículos.
As montadoras estrangeiras – e como o
leitor bem sabe não há montadoras nacionais no setor automotivo – FIAT e Ford
vão conceder férias coletivas aos trabalhadores em agosto vindouro (que é o
primeiro recurso em período de crise nas vendas). Por sua vez, a General Motors
avisou aos sindicatos que haverá suspensão temporária de contrato de trabalho.
Por outro lado, no primeiro semestre,
as compras brasileiras de produtos argentinos caíram 20% (importou 50% menos trigo e 28% menos automóveis). Essa desaceleração
da economia brasileira tornará mais difícil para a Argentina sair da crise (o
Brasil é o principal destino das exportações portenhas).
Por sua vez, O Globo, em manchete de
primeira página, estampa que a produção industrial caiu em 21 de 26 setores. A crise no ramo de veículos mostra um
recuo de 36,3% em um ano. Assim,
dentro do setor de bens duráveis, a queda no fabrico de veículos é
comparativamente maior a de eletrodomésticos e móveis. Em relação a junho do
ano passado, a queda no desempenho industrial em geral foi de 6,9%, e no setor
de bens de capital – máquinas para fazer máquinas, houve retração de 21,1% .
Segundo
mostra Miriam Leitão, “há muitas explicações para a queda da indústria, mas há
uma única abrangente: o governo errou na política industrial, porque, em vez de
remover os obstáculos ao aumento da produtividade, distribuíu incentivos
fiscais, subsídios, e aumentou barreiras às importações”.
A colunista de O Globo assinala que é errado escolher
setores e empresas para serem campeões nacionais: “deu errado no governo
militar e fracassa novamente agora”. Se a Copa foi uma razão pontual, com a sua
série de paralisações, as dificuldades
principais são outras. “Os impostos já chegam a 38% do PIB e só alguns setores
recebem benefícios”. Mas há outros indicadores negativos: a infraestrutura
continua capenga, a taxa de investimento caíu para 17,7% do PIB e a taxa de
poupança baixou (12,7% no primeiro trimestre).
O fator energético, cujos custos
foram reduzidos em 2013, disparou em 2014 e virou uma interrogação para o
futuro.
Por fim, no setor de financiamento de
campanhas políticas – em que a economia decerto interfere, mas sobretudo a
avaliação da perspectiva do(a) candidato(a),
Dilma Rousseff arrecadou R$ 9,6 milhões no primeiro mês de sua
campanha pela reeleição 35% a menos do que havia conseguido
em período equivalente em 2010.
Por sua vez, Aécio Neves arrecadou entre R$ 10
e 12 milhões (Serra arrecadara R$ 4,7 milhões ). Já Eduardo
Campos arrecadou neste ano R$ 8,2 milhões.
(Fontes: O
Globo, Folha de S. Paulo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário