Sabatina no Jornal Nacional
Dada a audiência
do JN, os convidados participam sem
discutir. São quinze minutos de tempo para cada um, escolhidos por sorteio (feito
pela Globo), respondendo às perguntas
dos âncoras.
O primeiro da
série foi Aécio, que ontem respondeu às questões colocadas pelos dois
locutores. Presumo que as perguntas
tenham sido elaboradas pela equipe da Globo e pretendiam, sem hostilidade,
colocar tópicos delicados para o candidato.
Com o seu
traquejo político – além da habilidade oratória – Aécio não teve maior
dificuldade em informar o grande público sobre questões que Bonner acreditava
difíceis. Assim, a pista em Cláudio, nas cercanias da fazenda familiar, foi
tratada com naturalidade e colocada nas suas reais dimensões.
O espectador teve
decerto prazer em verificar que os quesitos da Rede Globo foram respondidos com
serenidade e proficiência. Aécio, que é
do ramo, não se atrapalhou, nem disse coisas estapafúrdias. Tratou de tudo sem
equivocar-se e de forma natural. Disse a que veio.
O próximo será
Eduardo Campos (PSB).
O público
aguarda, igualmente, com previsível expectativa, a Presidenta Dilma. Duas
dúvidas: Bonner manterá a imparcialidade diante do dílmico poder, colocando
perguntas que ele acredita difíceis? E
Patrícia Poeta se recordará do tratamento que teve de Dilma, em palácio, por ousar colocar-lhe quesito
pautado?
Previsões do Mercado
Como a mídia
atribui características carnais a uma figura tão etérea – mormente se se
projeta o futuro – é um exercício que desafia a imaginação, não tanto a
capacidade de aferrar o presente, mas a suposta aptidão de entrever para além
de quadriênio o que será do Brasil.
Nessas
condições, previsões constituem apenas projeções da realidade do entorno. É uma
questão, se me perdoam a palavra, epistêmica (relativa a saber). Quem pratica o
exercício só pode fazê-lo – a menos que se disponha a suposições despropositadas
(wild guesses) – com base em elementos que conheça. E, em consequência, dentro
da realidade gnoseológica (do conhecimento), quem projeta o futuro, na verdade,
está apenas projetando (literalmente) o presente. Dai o valor que têm tais
prognósticos, que, dadas as suas claríssimas limitações, tendem, como me dizia
um velho mestre, para zero...
Robin Williams (1951-2014)
E, sem
embargo, Robin Williams talvez não
tenha sabido lidar com as peripécias da condição de ator de sucesso, enquanto
esse mesmo sucesso não é necessariamente duradouro.
Tampouco as
drogas e a bebida são solução. Robin estourou com o Good Morning,Vietnam ! (Bom dia
Vietnam !) (1987), em que a própria
comicidade o tornou de imediato um sucesso e uma celebridade. Seguiram -se o evocativo “Sociedade dos Poetas
Mortos” (1989) e “Uma Babá quase perfeita” (1993), que satiriza o que um pai
deve fazer para se aproximar dos filhos, no caso de separação.
Em “Gênio
Indomável” (1997) ele colheu o seu Oscar
de ator coadjuvante.
Por fim em O
Pescador de Ilusões (The Fisher King),
um filme de Terry Gillian que não
teve grande difusão, mostra a possibilidade de casal formado por dois estranhos
personagens (misfits), com
dificuldades de relacionamento, lograr entender-se, com base na peculiaridade dos
respectivos temperamentos, que os tornava feitos um para o outro.
A própria
saída de cena de Robin Williams, aos 63 anos, se refletiu de forma
apropriadamente cruel pela confusão causada com o cantor britânico Robbie Williams, a ponto de muitos colocarem mensagens de
condolência em rede social para esse último.
( Fontes: O Globo, Rede Globo, Folha de São Paulo, The New York Times )
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