O
Globo noticia sobre as pressões exercidas sobre o PSB, ao iniciar-se
o prazo para a mudança na chapa para Presidente.
Próximo de
petistas, o Presidente em exercício do partido Roberto Amaral recebeu
ligações do ex-presidente Lula da Silva e da própria Dilma
Rousseff.
O nervosismo
dos gerarcas petistas parece grande, máxime com
a perspectiva de que a popular Marina
Silva – que nas amostragens anteriores do Datafolha sempre forçava o segundo turno com Dilma – se torne
cabeça de chapa do PSB.
A inferência
seria que a disputa mudaria radicalmente, e a liderança da presidente em exercício venha a ser contestada de modo
efetivo.
Era isso que
temia o ex-presidente, e nesse sentido Lula da Silva e o esquema petista tinha
atuado com vistas a inviabilizar a candidatura de Marina como cabeça de chapa.
Com o desastre
aéreo de treze de agosto, a situação mudou radicalmente. Marina é considerada a
escolha natural para tomar o lugar que era de Eduardo Campos. Milita a seu favor, outrossim, a correção da respectiva
relação com o ex-governador de Pernambuco, e o bom relacionamento que se
estabelecera entre os dois integrantes da chapa do PSB à presidência da
república. Decorrência disso é o apoio dado pela família de Campos, com o seu
irmão à frente, manifestando-se a favor sem restrições à candidatura de Marina.
Há preocupação
compreensível do PSB em que o segundo da chapa seja do partido. O irmão de
Eduardo, o advogado Antônio Campos, defendeu Marina para candidata, com um vice
do PSB. Nesse contexto, e no entendimento de Antônio Campos, “ela precisa fazer
um acordo político com o partido”.
Nesse
contexto, os demais partidos que integram a coalizão encimada pelo PSB também
defendem Marina, que até o presente vem mantendo silêncio, que dadas as circunstâncias é de todo
compreensível.
Nesse
contexto, é importante sublinhar o que assinala Ricardo Noblat do Recife:
entre pessoas que eram próximas do candidato a presidente da República Eduardo
Campos e até mesmo entre parentes dele parece
inconcebível que o PSB apoie a reeleição da presidente Dilma Rousseff, ou
que lance outro nome que não o de
Marina Silva. Segundo Noblat, essa opção não tem nada a ver
com gratidão pelo que ela fez para ajudar a projetar Campos. É, ao invés, uma
escolha orientada pelo mais frio pragmatismo político. Ora – pergunta Noblat – se o maior trunfo do PSB para
eleger Eduardo era a sua vice, como explicar ao eleitorado que, morto o
candidato, o partido abandone Marina para cair no colo de Dilma? Ou mesmo para
bancar outro nome, o que seria o mesmo que apoiar Dilma às escondidas?
Ainda de
acordo com Noblat, a direção do PSB
já começou a examinar nomes para vice. Os dois mais fortemente cogitados são Roberto Amaral – que não simpatiza com
Marina (e que fecharia com Dilma, se a decisão dele dependesse) – e Maurício Rands, ex-petista, um dos
coordenadores do programa de governo de Eduardo e Marina.
A decisão
partidária só será divulgada depois do enterro no Recife de Eduardo
Campos, que deve suceder no próximo
domingo.
(Fonte: O
Globo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário