sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Que mudanças na Campanha do PSB ?

 
                                    

       O  Globo noticia sobre as pressões exercidas sobre o PSB, ao iniciar-se o prazo para a mudança na chapa para Presidente.

        Próximo de petistas, o Presidente em exercício do partido Roberto Amaral recebeu ligações do ex-presidente Lula da Silva e da própria Dilma Rousseff.

        O nervosismo dos gerarcas petistas parece grande, máxime com  a perspectiva de que a popular Marina Silva – que nas amostragens anteriores do Datafolha sempre forçava o segundo turno com Dilma – se torne cabeça de chapa do PSB.

         A inferência seria que a disputa mudaria radicalmente, e a liderança da presidente  em exercício venha a ser contestada de modo efetivo.

         Era isso que temia o ex-presidente, e nesse sentido Lula da Silva e o esquema petista tinha atuado com vistas a inviabilizar a candidatura de Marina como cabeça de chapa.

        Com o desastre aéreo de treze de agosto, a situação mudou radicalmente. Marina é considerada a escolha natural para tomar o lugar que era de Eduardo Campos. Milita a seu favor, outrossim, a correção da respectiva relação com o ex-governador de Pernambuco, e o bom relacionamento que se estabelecera entre os dois integrantes da chapa do PSB à presidência da república. Decorrência disso é o apoio dado pela família de Campos, com o seu irmão à frente, manifestando-se a favor sem restrições à candidatura de Marina.

        Há preocupação compreensível do PSB em que o segundo da chapa seja do partido. O irmão de Eduardo, o advogado Antônio Campos, defendeu Marina para candidata, com um vice do PSB. Nesse contexto, e no entendimento de Antônio Campos, “ela precisa fazer um acordo político com o partido”.

        Nesse contexto, os demais partidos que integram a coalizão encimada pelo PSB também defendem Marina, que até o presente vem mantendo silêncio,          que dadas as circunstâncias é de todo compreensível.

        Nesse contexto, é importante sublinhar o que assinala Ricardo Noblat do Recife: entre pessoas que eram próximas do candidato a presidente da República Eduardo Campos e até mesmo entre parentes dele parece inconcebível que o PSB apoie  a reeleição da presidente Dilma Rousseff, ou que lance outro nome que não o de Marina Silva. Segundo Noblat, essa opção não tem nada a ver com gratidão pelo que ela fez para ajudar a projetar Campos. É, ao invés, uma escolha orientada pelo mais frio pragmatismo político. Ora – pergunta Noblat – se o maior trunfo do PSB para eleger Eduardo era a sua vice, como explicar ao eleitorado que, morto o candidato, o partido abandone Marina para cair no colo de Dilma? Ou mesmo para bancar outro nome, o que seria o mesmo que apoiar Dilma às escondidas?

        Ainda de acordo com Noblat, a direção do PSB já começou a examinar nomes para vice. Os dois mais fortemente cogitados são Roberto Amaral – que não simpatiza com Marina (e que fecharia com Dilma, se a decisão dele dependesse) – e Maurício Rands, ex-petista, um dos coordenadores do programa de governo de Eduardo e Marina.

        A decisão partidária só será divulgada depois do enterro no Recife de Eduardo Campos,  que deve suceder no próximo domingo.

 

 

(Fonte:  O  Globo)

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