Marina é a candidata natural diante
da tragédia que vitimou Eduardo Campos. As razões são muitas, a começar pela
aliança com Campos, e a sua coragem em oferecer-lhe guarida quando do naufrágio
da jogada política da Rede Sustentabilidade. A grandeza de Campos, ele a
demonstrara uma vez mais ao formar chapa com Marina, que com ela trazia a
dádiva, mas também o desafio dos seus dezenove milhões de votos.
E malgrado as
diferenças e as aves de mau-agouro, ambos cumpriam a sua parte, construindo a
terceira-via, diante do oficialismo de Dilma, e o PSDB de Aécio, com o seu baú
de quizílias, disputas internas, mas também o cabedal do Plano Real.
A crueldade das
Parcas, sua milenar indiferença, nós, Povo brasileiro, a experimentamos uma vez mais, submetidos aos imprevisíveis
ditames de Agosto.
É hora, no
entanto, de virarmos a página. Se Eduardo Campos nos deixou, na manhã de um dia
treze de agosto, a sua lição não pode ser esquecida.
Diante da
composta injustiça, ele não hesitara em formar chapa com Marina. Ambos
mostraram grandeza. Ela, ao aceitar ser a vice da candidatura de um político
mais jovem, menos experiente, mas com a solidez das próprias convicções e a
serena confiança na respectiva capacidade.
Para surpresa
de muitos, a aliança entre o ainda jovem ex-governador, da linhagem de Arraes, e a
ambientalista Marina, de que rosto e corpo mostram a árdua caminhada, se
manteria e se reforçaria.
O infortúnio e a desgraça, com o seu
terrível legado, podem contribuir, ainda que paradoxalmente, para respostas que
crescem diante do desafio e o superam, se os que ficaram lograrem entender o
claro enigma colocado pela brutal, súbita saída de cena.
Em meio à
perplexidade da partida inesperada, e às mudanças trazidas pela fatalidade,
pode-se ouvir o recado quanto ao caráter natural de quem deva suceder ao
candidato Eduardo Campos.
O irmão
Antônio Campos, sem vacilação alguma, aponta para Marina, como quem deva
suceder a Eduardo, como a candidata do
PSB.
E tal
indicação não está isolada, porque, queiram ou não, a ex-Senadora do Acre, por
todos os títulos, reponta como a cabeça de chapa natural.
Do PSB se
ocupa o velho político Roberto Amaral, de comprida trajetória burocrática no
partido em que Eduardo surgira como a natural liderança.
Marina, que
pertenceu ao Partido Verde, dele se afastara por dificuldades com a entrincheirada
direção partidária, que muita vez prefere a aurea
mediocritas da gestão burocrática às incógnitas das lideranças nacionais.
A menos que
deseje voltar à antiga aliança, na subordinação ao PT, nos moldes do PCdoB, a
escolha de Marina se impõe. Além de ser a decorrência do gesto seguro e audaz
de Eduardo, seria o endosso de uma via que a todos se impõe, se não cegos pelos
acenos continuístas de outros mandos, que não temem decerto ao PSB no seu
invólucro tradicional, mas sim a Marina.
Se Eduardo Campos não está mais entre
nós, a sua lição política permanece. E ela aponta para um PSB atuante e
consciente do respectivo poder, e não uma sombra.
( Fontes secundárias:
O Globo, Folha de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário