O Rebaixamento do Itamaraty
Dilma não
está, contudo, sozinha neste juízo equivocado. Ao dividir, na prática, a
competência da Casa de Rio Branco com auxiliares partidários como Marco
Aurélio Garcia, a quem Lula confiara a América Latina e, em especial, dentro daquela
diplomacia de partido que é a antítese da visão de uma Secretaria de Estado,
‘Nosso Guia’ abriu o caminho para os despautérios de Dilma.
Quem ler este
blog, bem conhece o meu conceito
sobre vários aspectos da participação dos militares no quadro político nacional
e o que deveria ser feito para que o Brasil siga o exemplo dos estados do cone
sul, em termos de comissão da verdade, justiça militar, etc. Mas em um aspecto
é forçoso reconhecer que o estamento castrense, sob os presidentes militares
respeitou o Itamaraty e não se intrometeu em política externa.
No
desgoverno de Dilma, com as sandices na economia, o enfraquecimento do Plano
Real e de seus principais instrumentos, o tratamento que vem dando ao Itamaraty
é um autêntico tiro no pé do Estado brasileiro. Rebaixar a parcela do Itamaraty
no orçamento da União a 0,16% seria inacreditável, se esse despautério não nos
desse um retrato sem retoques da absoluta falta de critério do Governo
Dilma.
A Faixa de Gaza e Israel.
A questão
médio-oriental só poderá ser resolvida com a implementação das diversas
resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, algumas com mais de
quarenta anos. Elas restabelecem o direito do povo palestino à margem ocidental
do Jordão. Se a implantação da Paz permitiria que Israel e Autoridade Palestina
convivessem como dois países soberanos, é imprescindível o respeito das
resoluções do CSNU.
Para
tanto, a relação entre a superpotência e a entidade clientelar deve mudar
radicalmente, voltando ao que era até antes da Presidência Nixon, com Henry
Kissinger como Secretário de Estado.
O desvirtuamento
dessa relação por uma conjunção de fatores – controle político pelo
estado-cliente de sua relação com a potência que deveria ser tutelar – só se
explica pela não-assunção, por contingências de política interna americana, de
suas obrigações de fazer aplicar a lei internacional (consubstanciada nas
Resoluções competentes do Conselho de Segurança) de parte da presidência
americana e do próprio Estado americano.
Enquanto não forem aplicadas tais resoluções e o poder presidencial
americano não assumir a própria e inalienável responsabilidade, a questão
médio-oriental só continuará a apodrecer, pela desídia da autoridade
presidencial em que o disposto pelo Conselho de Segurança seja aplicado.
O
desfiguramento e a apropriação indébita dos direitos palestinos pelo Estado de
Israel só cessará quando forem aplicadas as resoluções que estão em vigor.
Enquanto tal realidade não for atendida, continuará a desordem
institucional, com os bombardeios de Israel à Faixa de Gaza, e o estado de
guerra mantido pelo Hamas com lançamentos de foguetes. Os assassínios
realizados pelo Hamas revestem características de que as tropelias do exército
israelense, com bombardeios de áreas civis de Gaza, não diferem na essência,
embora queiram parecer ações de represália às incursões do Hamas.
( Fontes: Folha de S.
Paulo, O
Globo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário