quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Agosto ataca de novo

                                             

        Tenho diante de mim a imagem de Eduardo Campos no seu último importante compromisso. Seguro, simpático, sereno, dir-se-ía mesmo sólido,  não se perturbou em nenhum momento durante a arguição promovida pela Rede Globo, a cargo dos âncoras William Bonner e Patrícia Poeta.

        Defendeu com firmeza haver cuidado da candidatura de sua mãe deputada, ao Tribunal de Contas. Quem não o teria feito?

        Neto de Arraes, morre em desastre de aviação, na mesma data que o avô.

        Tinha um compromisso de campanha e por capricho da Fortuna, a sua vice, Marina Silva, não o acompanhava nesta hora.

        Em Pernambuco, foi governador ungido por ótima administração, a ponto de licenciar-se do encargo, por força da lei eleitoral, com nível de aprovação do eleitorado dificilmente repetível pelo altíssimo percentual alcançado (cerca de noventa por cento).

        Diante de todos esses brasis que percorreu, eis a perene memória da imagem do candidato, com a sua postura firme, serena e franca.  

         As contingências da campanha,  a presença em tantos compromissos, a que a distância e as vicissitudes do tempo acompanham, constituem obstáculo permanente, a ser vencido muita vez em pequenos aviões, a que as intempéries, com os seus cruéis caprichos, colocam perigos de que os eleitores muita vez são ignaros.

         Muitas personalidades políticas arrostam o tempo, no intuito de não falhar nos compromissos de campanha.

          A sorte madrasta nos arrebata alguém a que estava reservado – e quem hoje o negará? - um grande destino. Não se sabe como essa disputa, que apenas começava, iria terminar.

           Talvez o destino que nos parece maltratar por afastar, de forma tão brutal, esse grande nome, ainda não tenha dito a sua última palavra. E, quem sabe, no seu cofre de segredos, tenha mais um ciosamente guardado.

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