Tenho diante de mim a imagem de
Eduardo Campos no seu último importante compromisso. Seguro, simpático, sereno,
dir-se-ía mesmo sólido, não se perturbou
em nenhum momento durante a arguição promovida pela Rede Globo, a cargo dos
âncoras William Bonner e Patrícia Poeta.
Defendeu com firmeza haver cuidado da
candidatura de sua mãe deputada, ao Tribunal de Contas. Quem não o teria feito?
Neto de
Arraes, morre em desastre de aviação, na mesma data que o avô.
Tinha um
compromisso de campanha e por capricho da Fortuna, a sua vice, Marina Silva,
não o acompanhava nesta hora.
Em Pernambuco,
foi governador ungido por ótima administração, a ponto de licenciar-se do
encargo, por força da lei eleitoral, com nível de aprovação do eleitorado
dificilmente repetível pelo altíssimo percentual alcançado (cerca de noventa
por cento).
Diante de
todos esses brasis que percorreu, eis a perene memória da imagem do candidato,
com a sua postura firme, serena e franca.
As
contingências da campanha, a presença em
tantos compromissos, a que a distância e as vicissitudes do tempo acompanham,
constituem obstáculo permanente, a ser vencido muita vez em pequenos aviões, a
que as intempéries, com os seus cruéis caprichos, colocam perigos de que os
eleitores muita vez são ignaros.
Muitas personalidades políticas arrostam o
tempo, no intuito de não falhar nos compromissos de campanha.
A sorte
madrasta nos arrebata alguém a que estava reservado – e quem hoje o negará? -
um grande destino. Não se sabe como essa disputa, que apenas começava, iria
terminar.
Talvez o
destino que nos parece maltratar por afastar, de forma tão brutal, esse grande
nome, ainda não tenha dito a sua última palavra. E, quem sabe, no seu cofre de
segredos, tenha mais um ciosamente guardado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário