segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Picadinho de Ano Novo

                                    

Situação no Maranhão

 
       Obsequioso, o Governo Federal pergunta ao do Maranhão, encabeçado pela governadora Roseana Sarney, se não deseja por acaso aceitar a transferência dos cabecilhas das facções abrigados no Presídio estadual para prisões de segurança máxima na órbita federal.

       Foi necessária a intervenção do órgão competente da OEA para expor o caráter insustentável da situação no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, que está sob o domínio virtual de quadrilhas de bandidos. A inspeção do CNJ só contribuíu para expor mais a ferida.
       O patético sumiço da governadora Roseana não é decerto a resposta devida à crise na segurança pública no Maranhão e o sinistro império dos assassínios em Pedrinhas, justamente em local que se presumiria dispor do mínimo de segurança para os detentos.

       Depois, os ataques desfechados por ordem da bandidagem no presídio na noite de sexta-feira é apenas nota suplementar acerca da perde de controle de parte da autoridade estadual sobre o crime, com vinte ônibus incendiados, e os abomináveis requintes de crueldade, como no caso de criança de seis anos com 98% do corpo queimado.
 

Situação no Rio Grande do Sul

 
      O escândalo do Presídio de Porto Alegre não é de hoje. As suas condições e a própria aparência tendem a mostrar que se aproxima da situação caótica e insustentável de sua contraparte maranhense. Se a autoridade competente para cuidar das condições mínimas dos estabelecimentos prisionais já dera declarações que antes de assombro e espanto provocam perplexidade, a condição do Presídio – que permanece inaceitável – torna-se, de certo modo, menos difícil de compreender, se a situarmos dentro de um pequeno universo de reclamos públicos e de inveterada falta de providências sérias para enfrentar o desafio.

      O jogo de empurra é de regra, e esses cárceres se transformam em verdadeiras masmorras medievais, dignas da aparição de Cesare Bonesana,  marquês de Beccaria, a quem como homem do século das luzes horrorizaria a continuada existência de uma ferida tão óbvia em nosso sistema prisional. Se o silêncio – e a ausência de eventual visita - da Secretária de Direitos Humanos, Maria do Rosario, que ainda por cima é gaúcha, semelha difícil de engolir, se o cotejarmos com o descalabro circundante, como é que fica?

 
 
A Lentidão Brasileira

 

       Não creio que se deva atribuir ao brasileiro a lentidão na Copa, conforme se lamenta, com o adendo de dados pessoais, o senhor Joseph Blatter, atual presidente da FIFA.
      Pelo menos, não é característica de sempre, se se tiver presente, que JK e o seu exército de candangos levantou Brasília, no Planalto Central, em menos de cinco anos. Se construímos a maravilha que impressionou a André Malraux e a tantos visitantes ilustres, por que diabos nos atrasamos tanto nas sedes para os jogos da ansiada Copa do Mundo?

      Será acaso o padrão Fifa que atrasaria seis das sedes por terminar, em total de doze. Será a excentricidade de alguns desses locais, desejada pelo antecessor de Dilma Rousseff, nosso Guia Lula da Silva?  Ou serão as mortes de operários, vítimas de precárias condições de segurança?

       Mesmo em São Paulo, o Itaquerão teve a sua sinistra colheita, assim como no Amazonas, o estádio de Manaus.
       Lembram-se daquele prometido (por um subalterno de Herr Blatter) pontapé no traseiro ? Terá realmente apressado as coisas?  E será que a reclamação presidencial terá o condão de desatar os nós de ‘o país mais atrasado’?

 

(Fontes: O  Globo,  Folha de S. Paulo)

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