sábado, 25 de janeiro de 2014

Pesado Déficit nas Contas Externas

                                        

        Fazendo contraponto ao discurso de Dilma em Davos, as contas externas, conforme previsto, fecharam 2013 com enorme déficit.

        O nosso balanço de contas correntes costuma ter tendência ao vermelho. Somente em anos com folgado superávit na balança comercial (troca de mercadorias) esse viés pode ser superado. Não foi o caso em 2013, quando essa balança comercial registrou um pífio saldo de U$ 2,6 bilhões (marcando queda de 87% em relação a 2012).

        Os principais vilões que contribuíram para a composição do déficit de US$ 81,4 bilhões são a balança de serviços, com déficit de US$ 47,5 bilhões e de Rendas, com déficit de  US$ 39,8 bilhões.

        Por outro lado, a conta financeira no ano passado foi positiva:  houve superávit de US$ 73,8 bilhões. A par disso, o IED (Investimento estrangeiro direto) assinalou US$ 64 bilhões, e o Investimento em Carteira US$ 34,7 bilhões.

      Diante desse quadro – déficit crescente e investimentos em queda – o especialista em câmbio e economista-chefe da corretora NGO, Sidney Nehme observa:

     “Os dados do Banco Central só confirmam o quadro de vulnerabilidade externa, ou seja, o Brasil está entre os países mais vulneráveis (do grupo BRICS), porque as reservas que temos só pagariam os compromissos que vencem nos próximos dois anos. O governo já prevê um déficit nas contas correntes em US$ 78 bilhões em 2014. Se já começa o ano com uma previsão dessa, quer dizer que (o rombo) será bem maior.”

      Os analistas com viés pro-governo, batem no refrão das reservas em divisas do Brasil. Nesse contexto, decerto não surpreende a menção por Dilma Rousseff (V.blog específico) do montante dessas reservas em US$ 375 bilhões.

      É um dado de óbvia relevância, mas por não ser estático, não é artigo de fé fora do tempo e do espaço, e sim vantagem relativa, resultado de saldos passados, que pode ser levado pela corrente futura, como os temores acima referidos de Sidney Nehme (e da coluna de Miriam Leitão) sublinham.

      

(Fonte: O Globo)

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