O governador do Ceará, Camilo Santana (PT) - que manteve
atitude elogiada em meios políticos, pela sua firmeza e o respeito da Lei, - afirmou em entrevista ao Estado de S. Paulo que o País precisa
discutir a"partidarização"
das polícias militares. Segundo o governador, o motim dos agentes de segurança
em seu Estado, foi um levante político e o caso cearense deve ser analisado sob
uma ótica nacional.
"O que vem acontecendo no Brasil
é que se está misturando política partidária com a polícia. Militares que
entram em partidos, que são candidatos, que sindicalizam candidatos, o que é
proibido por lei. Acho que um debate
importante a se fazer é até que ponto essa partidarização da polícia tem prejudicado
a qualidade e as ações de segurança no Brasil", declarou o governador.
É de notar-se que a paralisação em
tela durou treze dias e resultou em uma escala- da de violência no Estado - em
fevereiro, foram registrados 456
homicídios, maior número desde 2013.
Santana, outrossim, reconheceu a
importância da atuação do governo federal."O que eu posso dizer é que eu
fui atendido no que eu solicitei ao Governo Federal. Eu fui atendido quando
solicitei uma GLO e fui atendido quando pedi a renovação, apesar de com um
prazo menor do que eu solicitei. Sempre
mantive um contato com os ministros da Defesa, da Justiça e da secretaria da
presidência. Foi uma cooperação de esforços", declarou.
Se quanto às medidas adotadas pelo
governo Santana não fez críticas, quando o assunto foram as declarações
públicas de figuras ligadas ao Planalto - v.g., o ministro da Justiça e da
Segurança Pública, Sérgio Moro, e do
diretor da Força Nacional, Aguinaldo
Oliveira - ambas vistas como simpáticas aos PMs, o governador Santana marcou
posição contrária:
"Jamais trataria amotinados
daquela forma. Fui muito preciso em relação a cumprir a legalidade. Greve,
motim, está previsto no artigo 142 da Constituição, é proibido por lei, não é
uma questão político-partidária, a questão é de seguir a Lei. Não tenho e nem
teria o comportamento que eles tiveram."
( Fonte: O Estado de S.
Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário