Ao contrário da China,
que dá a impressão, fundada em estatísticas, de haver vencido a fase aguda da
epidemia, a Itália viveu ontem, 21 de março, segundo a enviada especial do Estado de S. Paulo, Janaína Cesar, o dia mais catastrófico das últimas semanas, com 793 mortes, com o que se eleva o número
de vítimas da Covid 19 para 4.825,
o que a faz ultrapassar a China em total de mortes!
Se não há um senso agudo de
responsabilidade da população, e se as autoridades não tomam as providências a
tempo, tal característica do povo italiano tenderá infelizmente a prevalecer
com os traços que hoje mostra a realidade tanto assistencial, quanto
notarial nesse país em que o individualismo muita vez tende a predominar contra o óbvio, gritante mesmo, interesse público..
São, neste especial sentido, contristantes as
observações do vice-presidente da Cruz Vermelha da China, Sun Shuopeng, que se
acha em visita à Itália, e se disse chocado
com a quantidade de pessoas nas ruas, circulando de transporte público e muito
poucas usando máscaras: "Estivemos em Pádua e Milão. A política de
confinamento não está sendo bem aplicada. O transporte público continua
funcionando, as pessoas passeiam (!), há festas e jantares nos hotéis",
declarou Shuopeng.
O governo italiano ainda examina
muitas orientações restritivas, assinam-se muitas portarias e decretos, mas
falta talvez transmitir à população dessa região (e de outras também) a brutal gravidade
da situação, e que a pretensa liberdade do cidadão desaparece quando existe uma
tal emergência de saúde pública, e que o suposto voluntarismo democrático
implica em séria transgressão ao interesse maior dessa mesma população em vencer o
desafio da epidemia, como o demonstra o monstro
criado pela irresponsabilidade desta coletividade, que torna possível o absurdo
estatístico de a pequena Itália superar a enorme República Popular da China em
número de mortes pelo coronavírus.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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