Está acontecendo uma
real e verdadeira tragédia na Itália e, muito em especial, na Lombardia. Como
se a sinistra progressão das mortes naquele país europeu ainda admitisse
macabros incrementos, em apenas 24 horas, 637
pessoas morreram nesse país de tanta Historia e de papel tão relevante, não só
na Política através do Império Romano, senão na Religião, com a instituição do
Catolicismo, e a presença pontifical do Papado, através de milênios.
As agências noticiosas registram um
ulterior agravamento da pandemia: em apenas 24 horas, 627 pessoas morreram. O macabro total de mortes sobe para 4.032, e o total de óbitos
é de 4.032, em um macabro crescimento de 18,4% em um único dia, o maior
em termos absolutos desde o início da relação dos contágios há um mês.
Nesse tétrico
caminho, a Itália ultrapassou a China como o país a marcar mais vítimas fatais
dessa enfermidade, com mais de quatro milhares - como referido acima - e em uma
tétrica ironia, a que tenho horror de referir,
essa macabra ultrapassagem da China pela Itália, pois 627 vítimas em uma
única jornada pesam não só no amado Povo italiano, mas perante todo o mundo, pois
que a Itália já registre como país a maior carga de vítimas fatais se afigura
não só para o Povo itálico, mas também para os admiradores desse grande-pequeno
país uma sárcina cruel e impiedosa, que o faz suportar um total que se afigura
como uma exação muito além de que imaginar-se possa, em termos de brutal
crueldade, que um país como as dimensões da Itália possa, com suas ora quatro
mil e trinte duas mortes venha a ultrapassar
o total de chineses que foram ceifados por essa grande desgraça
demográfica.
Nesse macabro contexto, a Lombardia
constitui a região mais gravemente atingida: se na Itália são 47.021 os infectados, a região lombarda
registra 22.264 infectados
e 2.540 óbitos. Na sexta-feira, a Lombardia, através de seu Governador
Attilio Fontana, solicitou a intervenção do Exército, em comunicação dirigida
ao Primeiro Ministro Giuseppe Conte e ao Presidente da República Sergio
Mattarella.
Já no início da noite, o Presidente
Mattarella telefonou para o Governador Fontana e segundo o governador da
Lombardia, autorizou o emprego dos militares. "A presença dos militares
tem um grande efeito de dissuasão. As pessoas pensam duas vezes antes de sair
de casa, quando vêem passar uma patrulha do Exército", declarou o
Governador, durante entrevista ao programa televisivo Mattino Cinque.
Com se intui, a decisão de pedir
a intervenção do Exército foi tomada em razão do grande número de pessoas que
(tristemente) ainda descumprem as indicações do Governo quanto à necessidade do
confinamento. Para Fontana, apenas 40%
da população cumpre a quarentena. Nesse
contexto, o governador declarou: "Pedi a eles (Exército) que as normas
sejam aplicadas de forma mais rigorosa."
Ainda no contexto dessa enfermidade, existe para Fontana a possibilidade
de transferir alguns infectados para
outras regiões da Itália, uma vez que o sistema sanitário local se acha à beira
do colapso. Não obstante, o governador
afirmou que há pouca probabilidade de a medida ser posta em prática. Em tal
sentido, o governador Fontana alertou: "O resto do País tem seus problemas
próprios. Nossos médicos estão no limite, não podem fazer mais. Estou muito preocupado com a possibilidade de
que eles, além de enfermeiros e motoristas de ambulâncias, venham a perecer
fisicamente (isto é, serem contagiados pela doença). "
Para que se tenha ideia de
gravidade do quadro com que se defronta a Lombardia, o jornal católico Avvenire
confirmou que pelo menos dez sacerdotes morreram infectados pelo
coronavírus na diocese de Bergamo, uma
das cidades da Lombardia mais afetadas pela pandemia. Segundo o periódico
"L'Eco di Bergamo" outros cinco padres morreram na diocese de Parma,
dois em Milão, dois em Cremona e um em Brescia.
Os relatos - que evidenciam o
empenho dos religiosos católicos na luta contra essa terrível enfermidade -são
de que muitos padres estão infectados em toda a Bota italiana, e alguns se
acham internados em UTIs. "Equipados com máscara, gorro, luvas, blusa e
óculos, os padres caminham pelos corredores como zumbis", asseverou
Claudio del Monte, sacerdote de uma das paróquias de Bérgamo.
Se é impressionante e mesmo gratificante verificar-se
o quanto a religião católica é uma das instituições mais atuantes e, por
conseguinte, presentes em toda a República da Itália, constitui um quadro relevante para ver-se o
quanto a luta da população e do corpo médico colhe da ajuda incansável desses
ministros da Fé, na sua presença engajada, que traduz a relevância que o
catolicismo tem para a Itália como Nação e como residência de Sua Santidade o
Papa.
Não é, portanto, por fatores
acidentais, que pelo menos dez sacerdotes morreram infectados pelo coronavírus
apenas na diocese de Bérgamo, que é uma das cidades da Lombardia mais afetadas
pela pandemia. Segundo o jornal L'Eco di Bergamo, outros cinco padres morreram
na diocese de Parma, dois em Milano, dois em Cremona, e um em Brescia.
No quadro desse empenho, os
relatos são de que muitos sacerdotes estão infectados em todo o pais, e alguns
mesmo se acham internados em unidades de
terapia intensiva (UTIs). "Equipados com máscara, gorro, luvas,blusa e
óculos, os padres caminham pelos corredores hospitalares como zumbis",
como afirma Claudio del Monte, sacerdote
de uma das muitas paróquias de Bérgamo.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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