sexta-feira, 6 de março de 2020

Crivella e a Lama


                         
      A recente inundação dos subúrbios do Cidade do Rio de Janeiro, levou o prefeito Marcelo Crivella a visitar a Baixada e não só aos bairros mais expostos às inundações. As canalizações, segundo o prefeito, são afetadas pelo lixo que a população joga no leito dos rios.

       Falar de corda em casa de enforcado não é um discurso adequado, eis que não é correto atribuir exclusivamente às enchentes - que destróem as casas e inutilizam o mobiliário, inclusive os fogões, as geladeiras e o que está dentro dos armários -  a causa da destruição generalizada desses bairros. Se  houve um trabalho de prevenção por parte do município - tanto no campo das obras para diminuir o efeito das inundações, quanto na difusão de avisos para que os moradores se abstenham de piorar ainda mais a situação, jogando lixo nos cursos d´água;

        Segundo o prefeito, "as pessoas gostam  de morar ali perto dos talvegues (linha mais baixa de um vale por onde escorre a água da chuva)  para gastar menos tubo e colocar (matéria fecal e urinária) e assim ficar livre daquilo. Essas áreas são muito perigosas."
          Após dizer isso, Crivella foi atingido no rosto e na nuca por uma bola de lama jogada por um popular, revoltado com o que ouvia.
           Não há negar que parte da população joga excrementos e lixo nos rios circundantes, mas esse tipo de discurso não reflete de todo a realidade, porque não há esgotos suficientes, nem há campanhas pelo município para motivar os moradores, de modo a que não joguem lixo nos rios que cruzam a Baixada.

( Fonte: Folha de S. Paulo )

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