O governo brasileiro
decidiu retirar quatro diplomatas e mais
onze funcionários da embaixada e de consulados do Brasil na Venezuela.
Como refere o Estado, citando integrantes do Itamaraty, a medida seria o
desdobramento natural da deterioração das relações entre Brasil e Venezuela. A
justificativa é que não faria sentido reconhecer o líder opositor Juan
Guaidó, como presidente legítimo da Venezuela, e manter representantes
diplomáticos junto ao regime de Maduro.
Na verdade, o que o governo do Brasil
está implementando é uma saída branca dos diplomatas, e também de seus
funcionários nos Consulados, tanto diplomáticos, quanto consulares. É uma retirada
informal, que remove todos os diplomatas e os funcionários tanto diplomáticos,
quanto consulares. Estando estabelecido e reconhecido desde a formalização do
reconhecimento jurídico do presidente Juan Guaidó, não se sustenta a desculpa,
SMJ, de que seria inviável a manutenção de dúplice representação diplomática
junto aos dois governos. Tal poderia servir como escusa, se o governo de Juan
Guaidó dispusesse de algum poder efetivo, o que então criaria a alegada
justaposição de representantes diplomáticos, o que, por ora, ainda não é o
caso.
A outra face se
reporta, segundo o governo brasileiro, a
um movimento sincronizado para que os representantes de Nicolás Maduro deixem o Brasil. Essa sincronização pressuporia que exista
alguma forma de determinação para que os diplomatas deixem o Brasil. Se há sincronização, é de supor-se que o
movimento dos diplomatas venezuelanos reflita uma realidade objetiva, de que inteirado da determinação seguida pelos
funcionários diplomáticos brasileiros, o governo venezuelano optou pela decorrente
saída de seus funcionários acreditados do Brasil.
De qualquer forma é o que me
induz a crer meus cinquenta anos de experiência diplomática no Itamaraty.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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