domingo, 15 de março de 2020

Morre Gustavo Bebianno


                                            
         O ex-Secretario-Geral da Presidência e pré-candidato à Prefeitura do Rio pelo PSDB, Gustavo Bebianno, morreu ontem, dia catorze de março, aos 56 anos de idade, em Teresópolis, no estado do Rio.
             Ele estava em um sítio, com o filho, quando se sentiu mal e caíu no banheiro. Na queda, sofreu lesão na cabeça. Segundo o laudo do I.M.L. , a Polícia do Rio informou que Bebianno foi vítima de um enfarte agudo do miocárdio. Levado a um hospital da cidade serrana, ele não resistiu.
        Bebiano era casado com a advogada Renata Bebianno e pai de dois filhos, João e Maria  Amélia. Enterrado no fim da tarde de ontem, o vice-presidente Hamilton Mourão e outras autoridades lamentaram a morte do ex-ministro. Já o presidente Bolsonaro não se manifestou.

         Advogado, ele se aproximou de Bolsonaro em inícios de 2017. Em 2018, tornou-se presidente nacional do PSL e coordenou a campanha.  Havido como homem de confiança do presidente, virou ministro, cargo que ocupou por menos de dois meses, para ser demitido por atritos com um filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro.
           Como descreve a nota do Estadão, o sentimento que perseguia Bebianno desde que deixara o Governo era a decepção de um admirador com o seu ídolo. Foi o que relatou  ao Estado de S. Paulo na passada terça, em um hotel de Brasília, onde fez reuniões de coordenação para sua candidatura a Prefeito do Rio.

             Quatro dias antes de morrer, no encontro com o reportagem do Estado, o ex-ministro mostrou grandeza ao elogiar o presidente que ajudara a eleger, mas demonstrou compreensível mágoa pelas suposições de que poderia estar envolvido no ataque à faca sofrido por Bolsonaro em 2018, durante comício de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais - e essa atoarda ganhou força após o presidente dizer em entrevista que um auxiliar estaria por trás do atentado. " Eu sou muito sensível. Eu sinto a energia das pessoas. Não posso me ter enganado tanto. Eu só enxergava uma pessoa de bom coração, sincera. Acho que ele (Bolsonaro) é assim, mas todo mundo tem luzes e sombras. Eu conheci o pior lado também", afirmou o ex-auxiliar, que viria a morrer prematuramente com tal mágoa.

                 Na conversa, Bebianno contou  sobre a carta que escreveu para Bolsonaro, após ser demitido do governo, em fevereiro de 2019.  Querendo fechar um ciclo, o ex-ministro aconselha o Presidente sobre o filho Carlos:  "Eu disse que Carlos não sabia amar, era nutrido por ódio o tempo inteiro. Ninguém o ensinou a amar. Ele não aprendeu."
                  Bebianno, que nunca mais encontraria Bolsonaro, queria ter certeza de que o presidente lera a carta.  Nesse sentido,  Onyx de acordo com o advogado, garantiu que Bolsonaro lera o texto.  Para Bebianno, foi após essa carta que Bolsonaro passou a declarar que um ex-assessor poderia estar envolvido no atentado à faca. "Isso é uma loucura. Eu estive ao lado dele o tempo inteiro. Abri mão de estar com a minha família. Nunca quis nada em troca. Eu acreditava quando ele dizia que queria mudar o Brasil."
                   A Carlos é atribuída a saída de Bebianno do governo. O então ministro foi demitido em meio à revelação de um esquema de candidaturas laranjas no PSL - pelo qual ele nunca foi investigado. Uma crise eclodiu no Planalto depois que ele declarou que havia conversado três vezes com o presidente. Na sequência, Carlos foi à internet dizer que o então ministro estava mentindo.  Audios divulgados depois da demissão confirmaram que Bebianno e o presidente mantiveram contato.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

Nenhum comentário: