O ex-Secretario-Geral
da Presidência e pré-candidato à Prefeitura do Rio pelo PSDB, Gustavo Bebianno,
morreu ontem, dia catorze de março, aos 56 anos de idade, em Teresópolis, no
estado do Rio.
Ele estava em um sítio, com o
filho, quando se sentiu mal e caíu no banheiro. Na queda, sofreu lesão na
cabeça. Segundo o laudo do I.M.L. , a Polícia do Rio informou que Bebianno foi
vítima de um enfarte agudo do miocárdio. Levado a um hospital da cidade serrana,
ele não resistiu.
Bebiano era casado com a advogada
Renata Bebianno e pai de dois filhos, João e Maria Amélia. Enterrado no fim da tarde de ontem, o
vice-presidente Hamilton Mourão e outras autoridades lamentaram a morte do
ex-ministro. Já o presidente Bolsonaro não se manifestou.
Advogado, ele se aproximou de
Bolsonaro em inícios de 2017. Em 2018, tornou-se presidente nacional do PSL e
coordenou a campanha. Havido como homem
de confiança do presidente, virou ministro, cargo que ocupou por menos de dois
meses, para ser demitido por atritos com um filho do presidente, o vereador
Carlos Bolsonaro.
Como descreve a nota do Estadão, o
sentimento que perseguia Bebianno desde que deixara o Governo era a decepção de
um admirador com o seu ídolo. Foi o que relatou
ao Estado de S. Paulo na passada terça, em um hotel de Brasília, onde
fez reuniões de coordenação para sua candidatura a Prefeito do Rio.
Quatro dias antes de morrer, no
encontro com o reportagem do Estado, o ex-ministro mostrou grandeza ao elogiar
o presidente que ajudara a eleger, mas demonstrou compreensível mágoa pelas
suposições de que poderia estar envolvido no ataque à faca sofrido por
Bolsonaro em 2018, durante comício de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais -
e essa atoarda ganhou força após o presidente dizer em entrevista que um
auxiliar estaria por trás do atentado. " Eu sou muito sensível. Eu sinto a
energia das pessoas. Não posso me ter enganado tanto. Eu só enxergava uma pessoa
de bom coração, sincera. Acho que ele (Bolsonaro) é assim, mas todo mundo tem
luzes e sombras. Eu conheci o pior lado também", afirmou o ex-auxiliar,
que viria a morrer prematuramente com tal mágoa.
Na conversa, Bebianno
contou sobre a carta que escreveu para
Bolsonaro, após ser demitido do governo, em fevereiro de 2019. Querendo fechar um ciclo, o ex-ministro
aconselha o Presidente sobre o filho Carlos:
"Eu disse que Carlos não sabia amar, era nutrido por ódio o tempo
inteiro. Ninguém o ensinou a amar. Ele não aprendeu."
Bebianno, que nunca mais
encontraria Bolsonaro, queria ter certeza de que o presidente lera a carta. Nesse sentido, Onyx de acordo com o advogado, garantiu que
Bolsonaro lera o texto. Para Bebianno, foi
após essa carta que Bolsonaro passou a declarar que um ex-assessor poderia
estar envolvido no atentado à faca. "Isso é uma loucura. Eu estive ao lado
dele o tempo inteiro. Abri mão de estar com a minha família. Nunca quis nada em
troca. Eu acreditava quando ele dizia que queria mudar o Brasil."
A Carlos é atribuída a saída
de Bebianno do governo. O então ministro foi demitido em meio à revelação de um
esquema de candidaturas laranjas no PSL - pelo qual ele nunca foi investigado.
Uma crise eclodiu no Planalto depois que ele declarou que havia conversado três
vezes com o presidente. Na sequência, Carlos foi à internet dizer que o então
ministro estava mentindo. Audios
divulgados depois da demissão confirmaram que Bebianno e o presidente
mantiveram contato.
( Fonte: O Estado de S.
Paulo )
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