A
Itália se tornou no domingo, 8 de março, o país depois da China mais afetado no
mundo pelo Covid-19. Também lhe coube, depois da China, estar sob a maior quarentena fora da área relativa àquele país asiático. São quase 1500 novos casos e mais 133 mortes
em 24 horas, o que mostra a explosão dessa epidemia. O sinistro registro aponta para 366 óbitos e
7.376 casos confirmados da Covid-19.
O
primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte determinou a partir de ontem (oito de
março) o início de uma quarentena para a
região da Lombardia e de outras catorze províncias do Centro e do Norte do
país, incluindo Milano e Venezia. Essa
decisão administrativa afeta a existência de cerca de dezesseis milhões de pessoas, que
precisarão de permissão para deixarem
essa região.
Nesse sentido, estão doravante proibidos todos os eventos que reúnam
muitas pessoas, como casamentos, funerais e shows. Cinemas e teatros estão fechados, e os
restaurantes e os bares estão submetidos a disposições que impedem
aglomerações. Por ora, a alegria pública não é bem-vinda. O Diretor-Geral da
Organização Mundial da Saúde (OMS) Tedros Adhanom Ghebreyesys elogiou as
medidas "corajosas" tomadas pela Itália, chamando-as de "verdadeiros
sacrifícios".
"O
governo e a população da Itália estão tomando medidas audaciosas e corajosas para
conter a propagação do coronavirus e proteger seu país e o mundo. Fazem verdadeiros sacrifícios", declarou ele.
Fora da China, tais medidas adotadas são as mais radicais e, em
princípio, devem durar até o próximo dia três de abril. As determinações de quarentena afetam um
quarto da população e se concentram na parte do Norte, a mais rica do país.
"Queremos garantir a saúde de nossos cidadãos.Entendemos que essas
medi-das vão impor sacrifícios, alguns pequenos, outros muito grandes",
disse o Onorevole Conte,na manhã de ontem, domingo.
Antes de decretar a quarentena, o governo italiano havia decidido fechar
todas as escolas e universidades do País. De início, a medida valeria até a
metade de março corrente.
Como se verifica desde o início da epidemia, a Lombardia continua a ser
a região mais atingida pela doença, com 4.189 casos e 267 óbitos. Em menos de
24 horas, dois políticos italianos foram diagnosticados com Covid-19: Nicola
Zingaretti, governador do Lázio e líder do Partido Democrático; e Alberto
Cirio, governador da região italiana do Piemonte.
O Itamaraty informou ontem que, segundo estimativas do Consulado-Geral
do Brasil em Milão, de setenta a noventa mil brasileiros vivem nas regiões que
estão sob a quarentena imposta pelo governo italiano.
Em nota, o Consulado
pediu aos brasileiros residentes que "mantenham a calma neste momento
difícil": "O Consulado-Geral em Milão dará todo o apoio e assistência
ao seu alcance aos membros de nossa comunidade. Continuaremos em contato com as
autoridades locais, e em Brasília, para avaliarmos a situação e buscarmos as
melhores respostas. Atuamos em estreita coordenação com a Embaixada e o
Consulado- Geral em Roma", diz a nota.
O Consulado reforça à
comunidade brasileira para que continue a observar as medidas de precaução
recomendadas pelas autoridades italianas. Informa também que está avaliando as
condições em que poderá, "em um
contexto nitidamente restritivo , realizar o trabalho de atendimento ao público."
Rapido
Avanço.
A Covid-19 já afetou
cerca de 109 mil pessoas em todo o mundo, a maioria delas na China, onde pelo
menos 3.097 morreram e 80.695 foram infectadas. O Irã anunciou ontem que mais
49 pessoas morreram em decorrência do novo coronavirus no país nas últimas 24
horas, Este foi o maior número registrado em um dia, desde que o primeiro
caso se verificou, em 19 de fevereiro, segundo informou o respectivo Ministério
da Saúde. O Irã é o terceiro país em
número de óbitos.
Na França, o governo
proibiu eventos com mais de mil pessoas. Em 24 horas, o país registrou 336 novos casos, elevando para 1126 o número
de pessoas com a doença, que já matou
dezenove franceses.
( Fonte: O Globo )
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