No meu primeiro blog de ontem, me reportei à estranha
atitude do Presidente Jair Bolsonaro, que professa ignorar a ameaça colocada
pelo coronavírus. Tal postura, que discrepa
da grande maioria do Povo brasileiro, não só nos induz a uma certa tristeza,
pelo que faz crer quanto às suas limitações, assim como no que tange às inevitáveis
consequências dessa estapafúrdia atitude sobre a situação em geral e, muito em
especial, no que tange à perniciosa influência exercida por este julgamento.
Será sem dúvida por causa desta incrível avaliação, que o ponderado Merval Pereira, no caput de seu artigo - O dízimo de Bolsonaro - sentencia:
"Ninguém sabe como isso vai terminar, mas torna-se assunto inevitável a
possibilidade de Jair Bolsonaro vir a ter interrompido de alguma maneira seu
mandato presidencial por absoluta incapacidade, não apenas de gestão, mas psicológica.
Pode ser por uma licença de saúde, uma
renúncia, ou um impedimento político."
Ao faltar com o bom senso, Sua
Excelência, pela sua condição de Chefe de Nação, não está fazendo uso do
próprio raciocínio em modo consentâneo com o parecer de seus principais
assessores, a começar por aqueles que nesta questão surgem como os mais
preparados para lidar de uma forma proativa com o problema. Se as grandes
decisões incumbem ao Presidente, ele deverá ter sempre o bom senso de
informar-se junto aos especialistas na matéria, para então conduzir a questão,
de forma consentânea com o interesse público.
Diante desse relativo vácuo, já
se nos depara a reação dos presidentes do STF, Dias Toffoli, da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado Federal, Davi Alcolumbre, que se reuniram ratione materiae com o competente
Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sem a presença de Jair Bolsonaro.
Se a calamidade se apresenta, é do interesse
geral do Povo brasileiro que ela seja enfrentada pelo Estado de forma
consequente e objetiva, combatendo assim tal respeitável desafio à Nação
brasileira. O coronavírus nos chega
depois de longa travessia, que começou na China. Diante das epidemias e da
atual pandemia, como assinalada pela OMS - que a designou de "a maior
crise sanitária mundial de nossa época" -
a Covid 19 confronta o Brasil e por isso exige seriedade, empenho e
proficiência de parte de nossas autoridades. Reduzir o alcance da doença está
nos parâmetros já empregados com sucesso por muitos países, não só os
asiáticos, mas também os europeus. Com a vantagem do exemplo daqueles que nos
precederam no combate ao flagelo, incumbe, de nossa parte, tentar controlar o
surto, cuidando sempre de empregar critérios médicos que obedeçam, dentro do
possível, ao que a clínica já apreendeu diante deste novo desafio - e como já
nos ensina um grande historiador e sábio,
Arnold Toynbee - o que deve ser
feito sem subestimá-lo, eis que proceder desta forma nos irmanaria àquelas
culturas que tropeçaram no caminho da civilização.
(
Fontes: O Globo, e Um Estudo da História, de Arnold Toynbee ).
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