Denegado direito de
resposta a Marina
Deve a
mentira ser preservada, e a verdade não dispor de direito de resposta?
Artilharia preventiva
?
Assim, quando
chegado o segundo turno, já teria pela frente uma Marina fragilizada, em função
da desproporcional capacidade que hoje é facultada à candidata à reeleição por
causa do esquemão oficialista, garantido
por distribuição de tempo político para lá de desigual.
É o velho e
repetido conto do enfrentamento de um(a) candidato(a) solidamente reforçado(a)
por regras pré-estabelecidas (que estão aí para assegurar-lhe a vantagem). A
lei ad hoc sobre que se baseia toda
essa desproporcional artilharia se afigura deveras questionável em termos de um
mínimo de paridade a ser assegurado aos principais candidatos.
O princípio de que todos são iguais perante
a lei – e tal se reporta tanto a direitos quanto deveres – semelha caricaturado
no artificioso documento legal que foi votado com o intuito claro de favorecer
a candidata com apoio costurado de maior número de legendas partidárias. Se no segundo turno vige o princípio da
paridade dos dois candidatos que se enfrentam no embate final, a
pergunta que fica incômoda no ar – e que não é respondida – é se tal acintosa
disparidade não deva ter um limite, dentro da regra aristotélica de assegurar às
partes algum modico de justiça. Se a candidata à reeleição dispõe de vantagem
considerável, atendida a circunstância de que as vozes de seus principais
adversários(as) devam igualmente ser ouvidas, não pode admitir-se que no
primeiro turno a principal oposicionista e contendora seja jogada em arena hobbesiana, para apenas valer-se da
paridade no segundo turno.
A regra
mais lógica seria, no primeiro turno, dividir o tempo entre os três principais
candidatos, v.g. com trinta por cento
para a candidata com maior apoio de legendas, seguida de duas parcelas de 20%
cada para os dois outros candidatos principais. Os trinta por cento restantes
seriam distribuídos entre os nanicos. No segundo turno, persistiria a regra de
50% para cada um dos contendores.
Espanta-me que a manifesta disparidade entre os candidatos principais
tenha sido aprovada, dado o caráter inconstitucional da medida que vai
contra normas pétreas da Constituição, que é a afirmação de igualdade de
direitos para todos (não se recordam por acaso da famosa ponderação de Lula
da Silva de que José Sarney, por não ser um cidadão comum, fazia jus a um tratamento diferenciado?). Quem em sã
mente, pode duvidar da validade de tal acintoso e mesmo cínico reconhecimento
de inadmissíveis diferenças de tratamento e privilégio que tristemente ainda
são norma não-escrita (mas deveras presente) na realidade brasileira, a ponto
de que um Presidente da República se
valha de tal argumento para salvar in extremis
o mandato ameaçado do então Presidente do Senado José Sarney ?
No
desespero diante da ameaça Marina – que o PT de Lula tudo fez para inviabilizar
– agora, derrotado pela fatalidade, o petismo
cai no paroxismo contrário, em que o ataque – não importa o motivo nem outras
considerações como equidade e decências – é a única saída para evitar o pior
(no caso a derrota de Dilma Rousseff e o fim do conúbio com o poder). Será que a
ponderação não seria o melhor, dados os efeitos colaterais das investidas
impensadas, desastradas e, no final, contraproducentes?
Mais um aumento para os juízes?
Os
juízes que terão em breve mais um polpudo aumento – que decorre do efeito cascata do
aumento salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal - sem talvez atentarem para o inusitado
e o despropósito da reivindicação, não estendida ao restante dos mortais – reclamam
ainda por cima a concessão de sete mil e tantos reais, a título de auxílio
educação.
Se
olharem em torno, verão que os demais servidores – além de não terem previsto
qualquer aumento, tampouco fariam jus a tal benesse ?
Na
sucessão do Ministro Joaquim Barbosa
– que deixa saudades pela sua condução da Ação Penal 470 (o famigerado
Mensalão do PT) e na correção em geral – o Ministro
Ricardo Lewandowski ora se esmera em postular o aumento da magistratura,
aumento esse acionado pelo invisível gatilho da temida inflação made by Dilma Rousseff. Um pouco de
contenção, no entanto, semelha impor-se porque a magistratura, com os ministros
do Supremo Tribunal Federal à frente, já recebem invejável salário. Muitos
assinalam a pressa de Suas Excelências em prontamente atualizar a respectiva
remuneração, e a decorrente sensação de desconforto do vasto entorno, eis que,
nas alturas em que se acham, e não tendo o restante do funcionalismo a idêntica
facilidade, é estranhável que tais incrementos sejam requestados com tanta
rapidez e solicitude.
( Fontes: O
Globo, Site de O Globo, Folha de S. Paulo)
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