Entrevista de João Paulo Capobianco
Muito boa e positiva
impressão no leitor das respostas do biólogo João Paulo Capobianco, principal interlocutor de Marina
Silva com o agronegócio e setores econômicos, na série de Entrevistas à Folha da Segunda Feira.
Os jornalistas da Folha
lhe fazem um elogio raro: “Ele não fala difícil, não inventa palavras como
‘desadaptação criativa’, não faz rodeios”. Com efeito, a leitura da entrevista confirma
essa impressão.
A manchete da matéria é: ‘Vamos acabar
com a hipervalorização dos líderes dos partidos’.
Quanto à linha de propaganda
destrutiva de João Santana, marqueteiro de Dilma Rousseff, que tal a observação
de Capobianco, no contexto da campanha do PT de que Marina acabará com o Bolsa
Família: “ ‘O mais absurdo é que o PT acusa Marina de coisas que sabe que ela
não fará. Uma forma irresponsável de simplificar a discussão, porque é
mentirosa. Não é nem o PT, é o marqueteiro. Não duvido que o João Santana já
não tenha preparado um filme dizendo que
Marina come criancinhas. É o que está faltando’, ironiza ele, sem sorrir.’”
Perguntado se há projeto para
emendas, disse: “ O fim da reeleição e a proposta de coligar programaticamente.
Você se une em cima de uma proposta, não
para juntar dinheiro, tempo de TV, esquema (grifo do Blog).Na reforma
política você joga elementos para combater o ‘toma-lá-dá-cá’, que só vai deixar
de existir quando você não tiver o
‘dá-cá’. Nós não vamos dar.”
E perguntado ‘como vai ser o perfil
do eventual ministério da Marina ?’, Capobianco respondeu: “Não existe ministério no governo Dilma.
Marina explorará o debate interno. Ministros serão ministros de verdade, com
independência.”
Mais um Vice-Campeonato
A derrota para a Polônia – depois de ter brilhado em
passado distante, os poloneses, como time da casa, levantaram de novo a taça –
assinala característica desagradável do vôlei brasileiro masculino: nos
especializamos em vice-campeonatos.
O vôlei brasileiro masculino deve muito ao técnico
Bernardinho, mas nos últimos tempos (desde 2011, como mostra o quadro da Folha)
sempre surge um rival que nos arrebata o título. Assim, perdemos na decisão
para a Rússia na Liga Mundial 2011 e 2013, e nos Jogos Olímpicos, quando
ficamos com a prata; para os Estados Unidos, na Liga Mundial, em 2014; e, por
fim, a Polônia, na Campeonato Mundial.
Já com as moças, temos vencido
na final. Com o técnico José Roberto Guimarães, o vôlei feminino ganhou o ouro
olímpico em Londres (2012) e em Pequim (2008), ouro no Pan-Americano de
Guadalajara (2010), ouro no Sul-Americano de Lima (2011), e ouro no Grand-Prix
de Tóquio (2009).
O técnico Bernardinho tem dado
mostras de stress. Protestou contra a
Federação internacional, que, segundo ele, empregou táticas para
‘desestabilizar’ sua equipe na decisão. Chega mesmo a declarar: “Vi tanta coisa
feia. A Federação realmente age de uma maneira baixa demais”. Tem como
desafetos a dupla de árbitros Milan Labasta (República Tcheca) e Frans Loderus
(Holanda).
Nesse sentido, afirma estar
preocupado com o futuro de nosso vôlei: “Acho que em termos de instituições
estamos desprotegidos. A Federação está fazendo um pouco de gato e sapato de
nós”.
São acusações graves. Cabe
talvez perguntar se não se deveria recorrer a posturas mais diplomáticas.
A 'Democracia' Chavista
O tratamento dispensado a Ivan Simonovis, ex-chefe de
polícia de Caracas, causa mais do que preocupação. Condenado a trinta anos de
cadeia, e está metido na masmorra de ‘Ramo Verde’. Lá se acha igualmente o líder da oposição Leopoldo
López, preso em fevereiro último, sob a alegação de protestos
violentos nas ruas contra o atual
Presidente Nicolás Maduro.
Simonovis, preso há nove
anos em cela minúscula, sem qualquer luz solar, sofre de osteoporose (os
próprios médicos da cadeia – que está em nível medieval – o alertaram que corre
o risco de fraturar a coluna simplesmente ao agachar-se para calçar-se). As suas condições de saúde são tão graves que o regime concedeu-lhe prisão domiciliar temporária.
O regime chavista
trata os opositores como criminosos políticos do tempo de Joseph Djugashvili, mais conhecido como Stalin. Esse termo, obviamente, tem de
ser entendido em contexto pior do que o tratamento dispensado aos delinquentes comuns nos presídios, v.g. do Maranhão e
de Porto Alegre.
Pelo visto, não há
perdão para as oposições e as condições carcerárias na Venezuela podem ser
consideradas pré-Marquês de Beccaria, o grande nome do iluminismo italiano que
tanto contribuíu com a sua obra ‘Dos
delitos e das Penas’ para melhorar as condições nas prisões do século
XVIII.
(Fontes: Folha
de S. Paulo, O Globo )
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