A banana no campo
Não é que Pelé
tem alguma razão? Não temendo entrar na contracorrente, ainda mais em questão
de preconceito racial, disse o maior jogador de futebol de todos os tempos: ‘ não dá para pegar uma coisa tão banal e
fazer do limão uma limonada’.
Com efeito,
é um acontecimento corriqueiro, porque o preconceito na Europa contra o negro é
lamentavelmente muito espalhado. Recordo-me que o mesmo fenômeno ocorria amiúde
na Itália, e os torcedores em geral não lhe davam muita importância.
Talvez a
maior atenção sobre o fato terá sido gerada pela reação de Daniel, que mostrou
a desimportância que dava ao gesto.
A profusão
com que a matéria tem sido repetida confere muito maior peso ao fato de o que
ele efetivamente tem, e nesse sentido o preconceito racial teria repercussão
maior de que esse ato tão ignóbil e reles faria por merecer.
E talvez a
revista Veja complete a baixaria do
quadro, pondo na capa o jogador fazendo o gesto da banana. Com Pelé, acho que é
descer ao nível do adversário orquestrar toda esta resposta a um gesto
preconceituoso e desprezível a que, de resto, Dani Alves já dera contestação
original e definitiva.
Entrementes, o
Kremlin declara a necessidade de
negociar novo acordo sobre a Ucrânia, eis que o firmado em Genebra fracassou.
Quanto a tal malogro, não há qualquer dúvida, e nesse aspecto se deve concordar
com o governo russo.
Mas há um
detalhe importante que explica o fracasso de mais este acordo de Genebra. A coisa não está funcionando por uma simples
e singela razão: a Federação Russa, apesar de assiná-lo através do Ministro Sergei Lavrov, nunca teve a
intenção de implementá-lo. Muito pelo contrário. Através de seus ‘voluntários’
e os milicianos separatistas, trabalhou ativamente para boicotá-lo,
recusando-se a cumprir o que fora acordado nos salões do Palácio das Nações.
Nesse
contexto, a desfaçatez russa não tem limites. Ela se arrima no menosprezo do
adversário, a que se empenha em desestabilizar e desmoralizar por todos os
meios a seu alcance.
Não se sabe o
que terá levado o Kremlin a afinal
concordar com a liberação, a qual deveria ter sido prontamente determinada aos
irregulares sob cujo domínio os observadores estavam confinados, ao arrepio das
disposições internacionais.
Mas não é
assim que gospodin Vladimir Putin
trabalha. Como na antiga KGB, a
medida forte se sobreporá ao enfoque legal, enquanto tal atitude aproveitar ao
interesse russo em desestabilizar Kiev.
Por outro
lado, será interessante saber no futuro como agiu a Chanceler Angela Merkel.
Ostensivamente, nada fez. Tal, no entanto, dada a sua personalidade, discrição
e, por último, mas não por menos (last
but not least), como o referido grupo de observadores fora enviado à
Ucrânia sob iniciativa alemã, seria
estranhável que a reação germânica haja sido tão paciente e branda quanto
filtrou na imprensa.
Assim, o Encontro em São Paulo foi empregado para
formalizar a pré-candidatura da Presidenta e tentar mostrar uma unidade que os
fatos não vem confirmando, sobretudo por força de declarações filtradas do
ex-presidente (em que a solidez de tal apoio é discutível), assim como do
desconforto dos partidos da base (aquela chusma de partidos a que aterroriza a
perspectiva de um tropeço da Presidente e a consequente perda da cornucópia dos
trinta e nove ministérios).
Recordando,
assim, o esquema de apoios em outras instituições – em que o fato de elevar o
braço da candidata-presidente não necessariamente reflete empenho na efetivação
de que o gesto se propõe visualmente implicar – o ex-presidente Lula da Silva
levantou o braço de quem seria a sua
candidata para o vindouro e magno prélio de três de outubro.
Com isso,
em aparência, desejam exorcizar o Volta,
Lula. Na verdade, o que decidirá da
candidatura petista serão as prévias. Se Dilma continuar a despencar, malgrado
todos os votos e lágrimas em contrário, não há santo que impeça a
reconstituição da sagrada aliança, com Lula da Silva como cabeça de chapa.
Se o
escopo será para ganhar ou não, é outra estória. Assim como Dilma, Lula tem
sofrido desgastes inesperados, como o descalabro da Petrobrás e, em especial, o
escândalo da aquisição da refinaria de Pasadena. Mas ainda é cedo para dizer quem
será o(a) candidato(a) petista. A meu ver, a decisão está mais com o Datafolha e o Ibope do que com o senhor Rui Falcão...
Por outro
lado, também na reeleição Aécio e Campos estão de acordo na necessidade de
por-lhe termo (para cargos executivos), estendendo o mandato para cinco anos no
caso de Presidente da República. Aécio não vê problema em que a reeleição tenha
sido de iniciativa do tucano Fernando Henrique.
Essa convergência dos dois
candidatos – Aécio e Campos – pôs Marina
Silva nervosa. Com efeito, veio a público para frisar que são profundas as
diferenças dos programas dos dois candidatos de oposição...
(Fontes: O Globo
on-line; O Globo; Veja)
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