terça-feira, 6 de maio de 2014

Centenária Vocação das Exportações

                             
                            

       Será ocasião de festejar o fato de que continuamos grande exportador de commodities?  A República Popular da China caminha para tornar-se quiçá na década dos vinte a primeira economia mundial. Preparando-se para tanto, cresce no seu potencial de indústrias de média e alta tecnologia, e coleta o ganho suplementar que tais vendas trazem com os percentuais de pesquisa e da mais valia do aporte científico aplicado.
       Entrementes, a nossa perspectiva será a de continuar o celeiro das principais potências econômicas e industriais, como tem sido a vocação histórica, a começar da Terra de Santa Cruz, com o pau-brasil, a seguir com os engenhos de açúcar do Nordeste, o ouro das Minas Gerais – que fundou gastos suntuários no Portugal decadente, para transferir-se para a incipiente bolsa de Londres e financiar até a implantação das incipientes colônias de Sua Majestade na Nova Inglaterra, mais tarde, já no Império, com o café, e hoje com a carne e a soja?

       Enquanto tivermos governos como o petista atual, que constrói portos milionários no Caribe longínquo, por devaneios esquerdo-saudosistas, e abandona os nossos portos aos atoleiros do atraso tecnológico, sem infraestrutura rodoviária, e ao sindicalismo dos Ogmos (órgão-gestor-de mão-de-obra) a nossa condição de feitoria estará garantida.
       Pela estultice de regimes passados, o Brasil virou o único com avanço tecnológico compatível que não dispõe de indústria automobilística nacional. Depois de implantá-la e desenvolvê-la, estupidamente a torramos, e ao invés de divisas sobrecarregamos o balanço de contas correntes, com as remessas para as matrizes de além-mar. Até a rede de empresas de autopeças, que penavam sob o regime do monopsônio (comprador único) está sendo alienada para as grandes marcas estrangeiras. É esse triste fenômeno que tenho chamado de feitorias, a exemplo dos estabelecimentos comerciais do Reino português nas costas d’África.

       A única indústria de alta-tecnologia de que dispomos – excetuadas as siderúrgicas – é a Embraer, empresa nacional que  muito tem batalhado para manter a própria faixa em mercado sofisticado e de alta competitividade.

       Seria de esperar que com economia melhor gerida, que criasse condições para produzir alta tecnologia – e não alta exploração dos gastos correntes, nesses parasíticos regimes em que rivalizamos com Argentina e Venezuela – através do trabalho, da pesquisa, e do investimento que são criadores de riqueza e grandeza, e não dos ouropéis de assistencialismo sem outro futuro que o peso da sobrevivência vegetativa sobre o potencial da Nação.

       É triste deparar um país com o potencial de grandeza que tem o Brasil atolar-se nos chavascais do neopopulismo, sem outra perspectiva que o da existência vegetativa. Não é que o governo de D. Dilma, essa caricatura de mau-gosto dos quarenta ou quase ministérios, na sua mensagem eleitoreira do Dia do Trabalho, reserva o anúncio principal para o aumento do bolsa-família, o programa assistencialista por excelência!
        Se caridade fosse a solução, não haveria mais miséria.

        Não é por aí, Dona Dilma! Para reeleger-se não é prometendo um aumento no bolsa-família que vamos criar mais trabalho e mais riqueza para o Brasil.

 

( Fontes:  Folha de S. Paulo, O Globo )

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