Será ocasião de
festejar o fato de que continuamos grande exportador de commodities? A República
Popular da China caminha para tornar-se quiçá na década dos vinte a primeira
economia mundial. Preparando-se para tanto, cresce no seu potencial de
indústrias de média e alta tecnologia, e coleta o ganho suplementar que tais
vendas trazem com os percentuais de pesquisa e da mais valia do aporte científico
aplicado.
Entrementes, a
nossa perspectiva será a de continuar o celeiro
das principais potências econômicas e industriais, como tem sido a vocação
histórica, a começar da Terra de Santa
Cruz, com o pau-brasil, a seguir com os engenhos de açúcar do Nordeste, o ouro
das Minas Gerais – que fundou gastos suntuários no Portugal decadente, para
transferir-se para a incipiente bolsa de Londres e financiar até a implantação
das incipientes colônias de Sua Majestade na Nova Inglaterra, mais tarde, já no
Império, com o café, e hoje com a carne e a soja?
Enquanto
tivermos governos como o petista atual, que constrói portos milionários no
Caribe longínquo, por devaneios esquerdo-saudosistas, e abandona os nossos
portos aos atoleiros do atraso tecnológico, sem infraestrutura rodoviária, e ao
sindicalismo dos Ogmos
(órgão-gestor-de mão-de-obra) a nossa condição de feitoria estará garantida.
Pela estultice
de regimes passados, o Brasil virou o
único com avanço tecnológico compatível que não dispõe de indústria
automobilística nacional. Depois de implantá-la e desenvolvê-la,
estupidamente a torramos, e ao invés de divisas sobrecarregamos o balanço de
contas correntes, com as remessas para as matrizes de além-mar. Até a rede de
empresas de autopeças, que penavam sob o regime do monopsônio (comprador único)
está sendo alienada para as grandes marcas estrangeiras. É esse triste fenômeno
que tenho chamado de feitorias, a exemplo dos
estabelecimentos comerciais do Reino português nas costas d’África.
A única indústria de alta-tecnologia de que
dispomos – excetuadas as siderúrgicas – é a Embraer,
empresa nacional que muito tem batalhado
para manter a própria faixa em mercado sofisticado e de alta competitividade.
Seria de
esperar que com economia melhor gerida, que criasse condições para produzir
alta tecnologia – e não alta exploração dos gastos
correntes, nesses parasíticos regimes em que rivalizamos com Argentina e
Venezuela – através do trabalho, da pesquisa, e do investimento que são
criadores de riqueza e grandeza, e não dos ouropéis de assistencialismo sem
outro futuro que o peso da sobrevivência vegetativa sobre o potencial da Nação.
É triste
deparar um país com o potencial de grandeza que tem o Brasil atolar-se nos
chavascais do neopopulismo, sem outra perspectiva que o da existência
vegetativa. Não é que o governo de D. Dilma, essa caricatura de mau-gosto dos
quarenta ou quase ministérios, na sua mensagem eleitoreira do Dia do Trabalho, reserva o anúncio
principal para o aumento do bolsa-família,
o programa assistencialista por excelência!
Se caridade
fosse a solução, não haveria mais miséria.
Não é por
aí, Dona Dilma! Para reeleger-se não é prometendo um aumento no bolsa-família
que vamos criar mais trabalho e mais riqueza para o Brasil.
( Fontes: Folha de S. Paulo, O Globo )
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