sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Rodrigo Maia, um nome em ascensão


                             
       O  Presidente da  Câmara dos Deputados se apresenta em meio a ações desavisadas como uma presença de bom senso e de equilíbrio, dentro de  cenário que pode ser interpretado como decorrente do oposto, vale dizer o desregramento que espelha uma situação em que o bom senso e a equanimidade primam pela ausência.

       Com efeito, o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia,  (DEM-RJ), estuda entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal, com o escopo de extinguir o pagamento de pensões a filhas solteiras no funcionalismo federal. Como foi revelado pelo jornal Estado de São Paulo, somente no Poder Legislativo as despesas desta natureza chegam a R$ 30 milhões por ano,com remunerações de até R$ 35 mil mensais. Maia chamou os benefícios de "absurdos".
         Segundo declarou o Presidente da Câmara ao jornal Estado de S. Paulo:"Todos os casos como esses mostrados são absurdos. Vamos continuar investigando, tomando as decisões e trabalhando para que o STF  mude sua interpretação e tenha interpretação real daquilo que é o correto, para que não tenhamos privilégios e desperdícios desnecessários", disse o presidente da Câmara ao Estado no dia dezenove do corrente.
           Maia se referiu a seguidas decisões do Supremo favoráveis às solteiras. Nos últimos anos, a Segunda Turma da Corte tem confirmado as liminares concedidas pelo ministro Edson Fachin para manter o benefício, Até agora, o colegiado tomou ao menos 256 decisões nesse sentido.
            Diante do entendimento consolidado da Segunda Turma, formada por cinco ministros, a estratégia articulada por Maia é apresentar arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF, tipo de ação que serve para contestar leis), fundamentada em entendimentos recentes do Tribunal de Contas da União (TCU). Em 2016, a Corte de Contas apontou pagamentos indevidos a dezenove mil pensionistas em todos os Poderes e aplicou interpretação mais restritiva a uma lei de 1958, que prevê pensões a solteiras. No último dia 21, o TCU decidiu manter a posição.
              A apresentação de uma ADPF no Supremo deve fazer com que o assunto seja analisado pelos onze ministros do Tribunal, a quem compete examinar esse tipo de ação.Na prática, tal significa que a discussão sairia da esfera da Segunda Turma do STF.
  
            TCU.  Para essa Corte, ter fonte de rendas na iniciativa privada ou outro benefício do INSS é suficiente para suspender a pensão.  Com o entendimento, os órgãos começaram a suspender administrativamente as pensões a partir de 2016. As mulheres afetadas recorreram ao STF, e a Segunda Turma determinou o restabelecimento dos pagamentos por considerar que o benefício só pode ser cortado quando há casamento ou ocupação de cargo público permanente.
            "Os princípios da legalidade e da segurança jurídica não permitem a subsistência da decisão do TCU. A violação ao princípio da legalidade se dá pelo estabelecimento de requisitos para a concessão e manutenção de benefício cuja previsão em lei não se verifica", declarou Fachin em julgamento em 2019.

              No Congresso, uma das maiores pensões é paga à filha de um ex-analista do Senado.  Desde 1989, ela ganha R$35,8 mil ao mês, em valores brutos.  Outras 29 mulheres recebem, cada uma, R$ 29,4 mil como dependentes de ex-servidores da Casa. Todas estão na categoria "filha maior solteira" na folha de pagamentos.


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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