sábado, 4 de janeiro de 2020

Papa Francisco


                       
                                          

         O episódio da fiel católica na Praça de São Pedro mostra que a exposição do Pontífice, nessas circunstâncias, pode levar a excessos, como o foi demonstrado nesta cerimônia de que participou Papa Francisco. Com efeito, para resguardar o caráter místico do ritual católico romano, o multissecular cerimonial da Igreja de Cristo indica que é medida de elementar prudência resguardar o Santo Padre de um eventual contato com os fiéis que porventura não se realize consoante o ritual da Santa Igreja Católica Romana.   

            Para tanto, em passado relativamente recente, nas grandes cerimônias, a Igreja se serviu máxime no interior da Basílica pontifícia da chamada cadeira gestatória, que, levada nos ombros de servidores vaticanos, não só realça para a multidão circundante a presença do sucessor de São Pedro, mas também em o fazendo sobrepairar aos  fiéis à volta reunidos, eleva a figura, e sobretudo a mística presença do Sumo Pontífice aos olhos do laicato, a realçando, enquanto em altura o distingue, na sua qualidade de Pastor do Povo de Deus, àquele a quem a Santa Madre Igreja incumbiu o honroso fardo de inspirá-lo, orientá-lo e dirigi-lo nos caminhos da santa fé católica romana.

          Dessarte, na multidão católica, em ambiente de profunda devoção a Nosso Senhor Jesus Cristo, a figura de Sua Santidade o Papa estará a um tempo ainda mais próxima do próprio rebanho, àquele que sobrepairando às injunções do humano contato com a aglomeração de fiéis,  infunde a tal momento rara emoção, pela funda devoção à missão do Sucessor de Pedro, e a consequente única e mística conexão na cerimônia com a multidão do Povo de Deus com aquele que  carrega a honrosa, posto que árdua, missão de Representante na Terra de São Pedro, príncipe dos Apóstolos.

      Em tal sentido, em atmosfera já conducente à profunda devoção, a figura do Santo Pontífice estará a um tempo cercada pelo Povo de Deus, ainda que a ele pareça sobrepairar, de forma que a sacralidade do momento se verá naturalmente acrescida, pela mística e estreita  interação na litúrgica cerimônia,  o que explica a sensação e propósito da unidade na fé da Santa Igreja Romana de Nosso Senhor Jesus Cristo, conforme o evidencia a sacralidade do momento,   intermediada por esse místico e, não obstante, estreito contato com o Representante na Terra   de Nosso Senhor Jesus Cristo

            No passado, os contatos pontifícios com os fiéis se processavam amiúde com a cadeira gestatória - e a aparição do Santo Padre Giovanni XXIII, no interior da principal  basílica católica, o trono alçado nos ombros do pessoal vaticano - que naturalmente  levantavam a presença do carismático sucessor de Pedro, a tornando mais próxima e visível para a multidão de fiéis - representava na verdade uma segunda benção pontifical, ao causar forte e, em verdade, profunda emoção na congregada multidão de peregrinos, a que sobrepairava de altura que tornava acessível aos devotos fiéis a visão de Sua Santidade. A cerimônia era tão simples quanto antigo o próprio ritual, e muitos fiéis coparticipavam da funda emoção sentida na contemplação da presença do Sucessor de Pedro, o que lhes aumentava a natural veneração, expressa muita vez em choro convulso e na exultação de ver de muito próximo a viva imagem do então Sucessor na Terra do Apóstolo Pedro.            

( Fontes: O Globo e lembranças pessoais )             

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