quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Ministério Público denuncia Glenn


                             

       Segundo noticia o Estadão, o procurador Wellington Marques de Oliveira, do MPF, acusou o jornalista Glenn Greenwald de participar de esquema de invasão de celulares e roubo de mensagens de autoridades, como o Ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o Procurador  Deltan Dallagnol, coordenador da Força-tarefa da Lava Jato.
           Nesse sentido, Greenwald foi acusado de interceptação telefônica sem autoriza-ção  judicial e associação criminosa.  Além dele, seis pessoas foram  denunciadas pelos mesmos crimes e lavagem de dinheiro.
           Para sustentar a acusação,o procurador Marque de Oliveira cita diálogo entre o jornalista Greenwald e Luiz Molição, acusado de ser um dos hackers que invadiram os celulares. A conversa em tela ocorreu em junho de 2019, antes que o site The Intercept Brasil, comandado por Greenwald, haja começado a publicar reportagens sobre mensagens trocadas entre o Ministro Moro, o procurador Deltan e outras autoridades da Lava- Jato.
           No que tange a Glenn Greenwald, a defesa desse jornalista disse que recebeu com perplexidade a notícia sobre a denúncia e a classificou como "ataque à liberdade de imprensa."
             Como se sabe, Greenwald não foi objeto de investigação da Polícia Federal.  Assinale o Estado que Greenwald não foi objeto  da investigação da Polícia Federal. Em agosto de 2019, o ministro Gilmar Mendes concedeu liminar em que proibia que o jornalista fosse investigado  e responsabilizado pelas autoridades públicas e órgãos de apuração administrativa ou criminal pela "recepção, obtenção ou transmissão" de informa-ções publicadas na imprensa.
               Nesse sentido, Gilmar alegou  "sigilo constitucional da fonte" para a citada decisão.  Greenwald é fundador  do site  The Intercept Brasil, que iniciou a publicação de uma série de reportagens sobre mensagens trocadas entre Moro - quando juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba - Deltan e outras autoridades da Lava Jato.
               Greenwald negou que haja cometido crime e considerou a denúncia do MPF  como um "ataque à liberdade de imprensa".
               Já o Procurador tratou da questão na denúncia, afirmando que "diferente é a situação em que o 'jornalista' recebe material ilícito enquanto a situação delituosa ocorre e, tendo ciência de que a conduta criminosa ainda persiste,mantém contato com  os agentes infratores e ainda garante  que os criminosos serão por ele protegidos, indicando ações para dificultar as investigações e reduzir a possibilidade de responsabilização penal".
                  A acusação formal contra Greenwald gerou repercussão na política e no mundo jurídico. O Estado apurou que Gilmar considerou que a denúncia desrespeita a sua decisão.
                   Integrantes da cúpula da PGR ouvidos pela imprensa avaliaram que não havia impedimento legal para a acusação formal. Conforme declaração  de representante na chefia da PGR, a legislação permite que alguém seja denunciado sem que tenha sido  oficialmente investigado, desde que se disponha de elementos suficientes para embasar a acusação.  No que tange à Câmara, há declarações contrastantes. Por seu lado, o Presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) classificou a denúncia como "ameaça à liberdade de imprensa". Por outro, o  Senador Álvaro Dias (Podemos-PR) afirmou que "Glenn Greenwald e seus comparsas" têm grandes chances de ir à prisão.  "Tudo isso com concurso de pessoas e concurso material, várias pessoas praticando vários crimes."

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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