sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Novo contexto para os brasileiros ilegais ?


                             
        O Itamaraty informou ontem, 30 de janeiro, ter sido oficialmente inteirado pelo governo americano sobre o envio ao México de cidadãos brasileiros detidos na fronteira estadunidense.

          "O Consulado do Brasil na Cidade do México não relatou pedido de assistência de parte dos brasileiros enviados a Ciudad Juárez.  Trata-se de brasileiros que ingressaram regularmente no México e poderão permanecer em território mexicano pelo tempo estabelecido pela legislação mexicana", afirma o MRE, em nota.

           A diretora e co-fundadora da ONG Grupo Mulher Brasileira (Boston) Heloisa Galvão, disse ontem ao Estado de S. Paulo ter conversado com ONGs do México que recebem os imigrantes brasileiros que têm chegado em Ciudad Juárez, recordista de feminicídios no México. "A cidade é conhecida como a que mais mata mulher no mundo. Imagina as mulheres brasileiras lá? Com crianças pequenas?", disse Heloísa.
          De acordo com a ativista, cuja ONG presta assistência a imigrantes, essas famílias de brasileiros estão correndo vários riscos. Primeiro, na travessia para os Estados Unidos, na própria prisão americana e, depois, quando são  mandadas para o México, para aguardar julgamento de seu pedido de asilo.

            E como se tal não bastasse, agora a situação é ainda mais grave. Taylor Levy, advogado em El Paso, especialista em imigração, tuitou sobre a chegada de muitos brasileiros a Ciudad Juárez, uma das cidades mais violentas do  mundo. "Meus colegas em Juárez  relatam a chegada de brasileiros pela primeira vez", escreveu. "Eles estão mais vulneráveis a sequestros, porque não falam espanhol e não  há advogados que falem português."

            "Não explicaram nada.Não sabemos o que estamos fazendo", disse Tânia Costa da Silva, de 32 anos, enviada para o México com seu marido, Jones Silva de Brito, de 35, e a filha Isabella, de seis anos. Todos vieram de Minas Gerais e cruzaram a fronteira em El Paso. Detidos, relatam dias de frio e fome. "A cela para catorze pessoas tinha 32. Todos dormindo no chão ", contou Brito.
   
        Segundo o governo americano, o MPP impede que imigrantes consigam trabalho nos Estados 
Unidos, com os quais eles pagam os coiotes e evita  que os ilegais se escondam nas grandes cidades. O fluxo migratório, de acordo com a Casa Branca, inunda o mercado de trabalho, achatando salários e aumentando aluguéis.     

            (Fonte:   O Estado de S. Paulo)                                                                                                                                            

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