quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Netanyahu é indiciado por corrupção


                  
        Dando seguimento a seus problemas com a Justiça israelense, Binyamin Netanyahu foi formalmente indiciado  em três casos de corrupção. Tal se deveu à circunstância de que motu proprio o acusado retirara o pedido de imunidade parlamentar contra as acusações.
            O Procurador-Geral, Avichai Mandelblit já denunciara nesse sentido o primeiro ministro, mas o processo não poderia ser formalizado enquanto a imunidade de Netanyahu não fosse julgada.

            Entre os três escândalos, o mais grave é o "Caso 4000", em que Netanyahu é acusado de garantir favores à principal empresa de telecomuicações do país, a Bezeq Telecom Israel, em troca de cobertura positiva sobre ele e sua mulher, Sara, em um site de notícias controlado pelo ex-presidente da empresa.
            Em outro escândalo, conhecido como "Caso 1000", Netanyahu e sua esposa são acusados de receber presentes de Arnon Milchan, produtor de Hollywood e cidadão israelense, além do bilionário australiano James Packer. Os presentes em tela incluíam garrafas de champagne e charutos...
             O último processo é o "caso 2000", no qual o premier teria negociado acor- do com o jornal com maior circulação de Israel, o Yedioth Ahronoth,  para receber cobertura positiva em troca de nova lei que impediria o crescimento de outro jornal, o Israel Hayom.

            Netanyahu pode pegar até dez anos de cadeia, se condenado por suborno, e até três anos por fraude e violação de confiança. O Primeiro Ministro nega ter feito algo errado, alegando ser vítima de uma caça às bruxas com motivações políticas da imprensa e da esquerda para derrubá-lo.

               Ontem, 28 de janeiro, Netanyahu retirou o pedido de imunidade por meio de comunicado enviado de Washington, onde ele estava para a apresentação do plano de paz dos EUA para o Oriente Médio."Informei o presidente do Parlamento que retiro meu pedido de imunidade. Mais tarde, desmentirei as acusações formuladas contra mim", disse ele.  "Mas, no momento, não deixarei que meus adversários usem isso para prejudicar o processo histórico que lidero."
                  Sendo Primeiro Ministro com mais tempo no cargo em Israel, Netanyahu afirmou que o debate sobre sua imunidade no Knesset tem sido um "circo". Os procedimentos legais agora seguem para o tribunal, embora o cronograma do julgamento ainda seja incerto, podendo levar meses e até anos.

                  Por isso, nas eleições, Netanyahu aposta não apenas o cargo, mas sua liberdade. A lei israelense determina que um ministro indiciado deva renunciar, mas isso não se aplica ao primeiro-ministro. "Ele sabia que a imunidade não seria concedida. Então quis poupar-se de uma humilhação", disse Amir Fuchs, pesquisador  do Instituto de Democracia de Israel. "Ele quer que as pessoas falem sobre o que está acontecendo nos EUA."
                    Segundo Fuchs, a vitória na eleição de março permite ao premier refazer seu pedido de imunidade. O principal adversário de Netanyahu, o general Benny Gantz, líder do partido Azul e Branco, usou os problemas legais de Netanyahu em sua campanha. "Os cidadãos de Israel têm uma escolha clara: um primeiro ministro que trabalhe para eles ou um primeiro ministro ocupado com si mesmo", escreveu Gantz ontem no Twitter.

( Fonte: O Estado de São Paulo )

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