quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

A vergonhosa nota do Itamaraty


                
       Que me perdoem os meus maiores, se desrespeito norma que até hoje - ainda que com crescente dificuldade - constitui regra pessoal de funcionário de muitas décadas na Casa de Rio Branco.
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        Pois eu a vejo envergonhada pela aludida  nota expedida por seu Ministério que, na essência, desrespeita uma tradição multissecular. Os Chefes dessa Secretaria de Estado não têm  por princípio associar-se a tal tipo de manifestação, que vai contra os princípios da velha Casa de nosso imortal Patrono, que se apoiam no  respeito ao Direito das Gentes.

            O Itamaraty, não fora já por sua designação que o liga ao sobrado da rua Larga - em que uma plêiade de chefes diplomáticos respaldara por longos anos a tradição brasileira de respeito aos tratados - o que tanto contribui para o magno aporte de seu imortal chefe ao comprido e caprichoso riscado de nossas fronteiras - não é uma solícita sucursal das autoridades competentes, mas tende a expressar, seja pela voz - discreta deveras, mas sempre oportuna - seja por documentos, o próprio histórico apego aos princípios que informam a nossa Diplomacia, que, por não ser construção de oportunistas, terão presente - o que pode ser considerado uma segunda natureza -  que os impede de associar-se a declarações de índole oportunista, que se afastam de o que se conforma com a antiga e provada tradição dos Chefes da Casa e dos leais servidores do Itamaraty, no que tange ao respeito aos Tratados e à preservação da Paz.            

               As nossas alianças não sóem ser automáticas, sobretudo se os atos assumidos não venham a corresponder aos imortais princípios defendidos por nossos Maiores.

               Respeitosamente,

                Mauro Mendes de Azeredo
                Embaixador.

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