sábado, 10 de agosto de 2019

Salvini rompe aliança com M5S


                              
       Desmedida ambição política e a pressa em tentar transformar as favoráveis pesquisas em realidade, constituem a principal motivação do chefe da Liga e atual ministro do Interior, Matteo Salvini, que disparou ontem uma moção de censura contra o popular Primeiro Ministro, Giuseppe Conte, a quem o fascistóide Salvini apoiava até então, juntamente com o antissistema Movimento Cinco Estrelas (M5S), que é liderado por Luigi di Maio.

             A lógica sempre porfiara contra o ambicioso Salvini, pois ele tivera de coabitar com um partido de esquerda, enquanto batalhava na sombra das posturas de Mussolini - a Liga é de extrema direita - e Salvini, com a sua demagógica teatralidade tratara de impressionar os seus eleitores com medidas contra os bodes-expiatórios da migração marítima no Mediterrâneo, em geral vindos do conturbado continente africano, não esquecendo a propulsão que dá a esse desesperada fuga as circunstâncias em que vive a Líbia, hoje um estado fracassado depois da inglória morte em uma estrada no deserto do antes todo-poderoso Muamar Kaddaffi.

                  O impulsivo Salvini assestará suas baterias para derrubar o Presidente do Conselho, que ficou furioso com a suposta deslealdade  de Salvini. O premier, a propósito, declarou que o líder da Liga lhe dissera que ele queria que as eleições capitalizassem seu apoio nas pesquisas...

                     Por enquanto, as famosas pesquisas sugerem que a Liga tem 37% de apoio, o dobro da participação do movimento de Luigi di Maio. Mas nem tudo é mar de almirante - as imagens marítimas devem agradar ao capo da Liga  - porque terá a ver com o experiente e respeitado presidente da República, Sergio Mattarella, e com o Presidente do Conselho Giuseppe Conte, que tem feito por merecer alguma popularidade.
                      A queda de gabinetes não tira os italianos de seu habitual bom humor. Mas a ambição desmedida e as teatralidades fascistóides podem não mais produzir os ambicionados resultados, sobretudo porque esse jogo, entre cínico e demasiado impulsivo, pode dar chabu...

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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