domingo, 25 de agosto de 2019

Miriam Leitão


                                                Miriam  Leitão

            Miriam Leitão está, sem sombra de dúvida, no círculo dos principais colaboradores de O Globo,  - hoje firmado como o maior jornal do Rio de Janeiro, e não é aqui decerto o momento de reportar-me a outros tempos, em que a primazia era disputada por pelo menos outros três  grandes diários, Correio da Manhã, Jornal do Brasil, e Última Hora, sem esquecer tanto o Jornal do Commercio, que datava ao que parece da Independência e que lutava para continuar a circular, e o combativo Diário de Notícias.   

              Mas nessas salas de leitura que amiúde caracterizam aqueles que guardam nas suas estantes a crônica de sua passagem, o nome de Miriam Leitão  constitui referência de grande interesse para a maior parte de seus leitores, embora se deva lamentar que, pelo seu brilho e o respeito despertado por suas opiniões, já teve de enfrentar momentos difíceis. Se tivermos presente que tais experiências representam não raro o preço, ainda que descabido, pago pela coragem no desempenho do respectivo mister,  por vezes amargas e desagradáveis, tais experiências se associam à personalidade, que cresce em consequência. Assim, se se depara o valor como merecedor de palmas e de belas palavras, esse mesmo valor há de transparecer, passados os dissabores do momento, como uma estranha medalha, que mais resplende com o passar do tempo.

                 Com o perdão pela digressão,  o comentário hodierno - como recuperar a imagem queimada - além das oportunas informações sobre o trabalho da Ministra Marina Silva e o porquê da contribuição da Noruega - decerto um esforço  daquele país, que deveria ter merecido melhor juízo de parte desta novíssima Administração - espera possa trazer mais luz ao atual Governo, que, ao que parece, sacudido pela reação internacional e também a nacional, deve cuidar de tratar de recuperar a imagem queimada, pois sabemos que o Fogo, esse por vezes bárbaro instrumento de hordas pouco cultivadas, é por demais radical no eventual  alcance de suas ações, e por isso merece ser cuidado com toda a necessária moderação, e se me permitem respeito aos seus predecessores, para que aqueles usuários contumazes desses processos radicais possam ver - e com muita  cautela - os  respectivos múltiplos efeitos colaterais que sóem acompanhar análises por vezes apressadas das contribuições trazidas por seus antecessores.

( Fonte: O Globo )

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