quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Preparativos para o Sínodo da Amazônia


                        
       Com o apoio de Papa Francisco, continuam os trabalhos preparatórios na Igreja para a realização do Sínodo da Amazônia. Nesse contexto, as pessoas de boa vontade que buscam informar-se sobre os preparativos e as discussões preliminares, seja em segmentos eclesiais, seja na repercussão em áreas mais amplas, tenderão a impressionar-se com a reação negativa de alguns setores da Igreja.

           Se na palavra de um Santo, como João XXIII, muita vez os comentários, ainda que não necessariamente favoráveis, podem ajudar em estender a compreensão e o consequente interesse de largos segmentos tanto eclesiais, quanto dos fiéis no que tange a uma questão ou projeto.

            Verifiquei em noticiário relativamente recente que a opinião na Alemanha, máxime em círculos próximos da Igreja conservadora, tem-se mostrado bastante negativa e mesmo hostil, quanto aos projetos e temas abraçados pelo Sínodo da Amazônia, que parece inquietá-los demasiado.
               A esse respeito, e o apoio e a atenção que Papa Francisco vem dando aos trabalhos dessa importante iniciativa já deveriam constituir motivo suficiente para que eles sejam vistos com a boa expectativa de que tal tema deva merecer.

                 A Amazônia é uma grande, decerto gigantesca região, e a sua maior parte se acha em terra brasileira. Já os indígenas muito têm sofrido por causa da invasão de áreas que lhes são consignadas por direito, pela ação de pessoas que não respeitam os direitos do povo indígena, seja no aspecto espiritual, seja naquele material, que também se estende aos seus direitos de ter o seu habitat respeitado.
                  Estou certo de que de todos os tópicos de que se ocupará o Sínodo da Amazônia haverá espaço para uma melhor inteligência, e consequente favorecimento, das etnias indígenas, e de o que clama o Indigena de atenção, consequente entendimento e a necessária proteção - relativa a todos os países civilizados que ocupam segmentos da Amazônia.  Como o meu país é aquele que, em termos territoriais,  abraça a maior extensão dessa gigantesca região - que denominada de hyléa pelo grande sábio que foi o barão von Humboldt, o que contribuiu para que a Amazônia viesse a fazer jus a uma atenção acrescida - creio que maior atenção e a consequente compreensão da relevância dessa área, que é também habitat de indígenas devem igualmente merecer as atenções e cuidados especiais, em termos de respeito humano, a par de continuada evangelização, além da abertura a novos conheci-mentos, corolários esses de sua condição de nossos irmãos,  o que ainda parece para muitos como terreno defeso, que é fruto de inaceitáveis antecedentes, vítima inocente que o indígena tem sido de outro apartheid, que é o da floresta e o da consequente distância, que produz efeitos por vezes ainda mais deletérios para o conhecimento.

                  Que os promotores desse magno acontecimento - na inspiração desse grande Pontífice que é Papa Francisco - ganhem renovado ânimo, não só do apoio que venham recebendo de círculos eclesiais, senão defronte de eventuais dificuldades de um Tema grande, mas não isento dos obstáculos da incompreensão e de sua irmã, a distância,  que tem reservado por vezes à criatura indígena dificuldades  que outros habitantes desse século se julgam por vezes isentos, esquecidos talvez que a Casa de Deus tem muitas moradas, das quais algumas ainda padecem de restrições e dificuldades materiais. que o Sínodo, em boa hora convocado por Sua Santidade, voltado que é para a evangeli-zação do indígena, venha igualmente cuidar para que se criem condições tendentes à criação de um espaço de comunicação menos cerceado pelos óbices materiais, e que torne possível o fortalecimento da evangelização do Indígena, não mais cerceada  por barreiras que o conhecimento do homo sapiens tornou peremptas.
                        
( Fontes: Evangelho; O Estado de S. Paulo  )     

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