sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Bolsonaro: desagravo a Moro


                                   

          No que se poderia definir de ato público de desagravo ao Ministro Sérgio Moro, após desentendimentos recentes,  o  Presidente Jair Bolsonaro e o Ministro da Justiça e Segurança Pública,Sérgio Moro, participaram ontem, lado a lado, de evento no Palácio do Planalto, para lançar uma série de medidas na área da segurança. Em seu discurso o presidente se referiu ao auxiliar - que chegou a ter status de "superministro" - como "patrimônio nacional."
            O primeiro sinal de reaproximação ocorreu logo no começo da cerimônia. Anunciado pelo locutor, Moro atrasou sua descida pela rampa do Planalto que leva ao salão do evento para acompanhar Bolsonaro. Na rampa, os dois se abraçaram e foram aplaudidos. Depois, se sentaram lado a lado.  Os demais ministros  desceram até o local separadamente.
               "Obrigado, Sérgio Moro. Vossa Senhoria abriu mão de 22 anos de magistratura, não para entrar em uma aventura, mas para entrar na certeza de que todos nós juntos podemos, sim, fazer melhor pela nossa Pátria", disse Bolsonaro  no discurso.
                  O presidente também afirmou, e mais de uma vez, que os ministros têm "liberdade". "Eles devem satisfação a vocês, Povo brasileiro. Eles têm uma coisa importante: iniciativa.. Têm essa liberdade de buscar soluções ao nosso Brasil."
                    O ministro da Justiça também fez acenos ao Presidente.  Afirmou que o programa na área de segurança lançado ontem foi desenvolvido com orientações de Bolsonaro. "É certo que não devemos ignorar esforços que governadores e prefeitos estão fazendo, mas é inegável o mérito do governo federal e do presidente Jair Bolsonaro", declarou Moro.
                       Depois do período de  certo estranhamento entre o Ministro Moro e o Presidente, que é bem retratado em fotografia do Estado de S. Paulo, em uma cerimônia no Planalto, na presença do Vice e de outras altas autoridades, numa tentativa de contornar a situação, Bolsonaro e Moro se reuniram na passada terça, fora das agendas. Conforme foi revelado pelo Estado, nesse encontro se falou em uma "rede de intrigas"  que teria como objetivo desgastar a relação entre as duas autoridades.
                         Horas depois, o ministro abriu evento na PF no qual reiterou compro-misso do governo com o combate à corrupção e elogiou Valeixo, ameaçado de demissão por Bolsonaro. Mais tarde, também trocaram elogios pelas redes sociais. Moro reafirmou que Bolsonaro está comprometido com o fim da corrupção. O presidente respondeu: "Vamos , Moro!"
                            Fontes próximas ao Presidente disseram que, antes da reaproximação, ele havia se incomodado com a resistência do ministro a atender algumas de suas sugestões  para a troca de postos-chave na PF.
                              Não obstante, as duas Partes sempre negaram que a relação estivesse próxima de uma ruptura.  Bolsonaro e o ministro afirmaram ainda a pessoas próximas que a saída do titular da Justiça seria ruim para o Governo e o próprio Moro. 
                                Programa de ação. O programa ontem lançado prevê a união das forças de segurança municipal, estadual e federal para combater a violência urbana. O projeto-piloto será feito em cinco cidades interioranas, uma em cada região do País: Ananindeua (PA), Paulista (PE), Cariacica (ES), São José dos Pinhais (PR) e Goiânia (GO).
                                 A ideia do projeto, de acordo com o Governo, é aliar medidas de segurança pública a ações sociais e econômicas. Moro disse que pretende, além de reduzir crimes violentos, trabalhar de forma preventiva ao melhorar políticas públicas nas cidades.


( Fonte:  O Estado de S.Paulo)


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