domingo, 16 de junho de 2019

Parlamento europeu: fracasso dos nacionalistas


                 
          É de certo modo animador que os líderes autoritários Matteo Salvini e Marine Le Pen tenham fracassado na sua tentativa de montar no Parlamento europeu um superbloco com todos os partidos eurocéticos e nacional-populistas.
              Na recentíssima eleição, esse bloco somou 177 cadeiras (contra 179 do conservador). Contudo, a união da bancada tornou-se inviável, por não lhe ser possível conciliar as disputas internas. Não se vai alegremente contra o instinto da auto-preservação.

              Assim, partidos do Leste europeu, assim como o oportunista britânico Nigel Farage discordam da tolerância de Matteo Salvini e da Le Pen, diante da ameaça - não imaginária, mas muito presente - de gospodin Putin e da Federação Russa. A agressividade do urso russo está muito visível e ativa, não só para as pequenas repúblicas bálticas, senão igualmente para países maiores como a Ucrânia, que padeceu não faz muito de uma cínica guerra (de um dia) de agressão e tomada da península da Criméia, de parte do Kremlin. E os ressentimentos motivados pelo imperialismo russo não ficam decerto por aí.

                 Não é à  toa, tampouco,  que a Rússia disponha de leis para o que ela chama de "estrangeiro próximo". Que o Brasil de Dilma Rousseff se tenha metido nessa,  não votando contra a agressão russa  e a consequente anexação da Criméia, é um dos escândalos da diplomacia petista, que, no caso em pauta, foi mistura de ignorância e da vã esperança de lucrar com a desgraça alheia. De cambulhada, o petismo diplomático pensara, então, desvencilhar-se de  princípios basilares da diplomacia brasileira, como se o respeito pelos tratados, a preservação das fronteiras   e toda a bela história do Brasil imperial, de estudo e respeito pelos nossos limites, de que o Barão do Rio Branco, nosso patrono, é o maior e imorredouro exemplo. Como se tal não bastasse, esse garrafal erro - em que um tolo oportunismo e funda ignorância se deram as mãos -  teve para sua vergonha a oportuna reprimenda de estudiosos na matéria, v.g., de professores da Fundação Getúlio Vargas.  

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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