quarta-feira, 26 de junho de 2019

Gestão financeira: Estados bons e ruins


               
       Como se verifica pelos exemplos abaixo elencados, se um estado da Federação é bem gerido em termos financeiros, e se outro apresenta uma gestão insatisfatória, sendo por conseguinte mal gerido pela administração do novo Governador, os habitantes desses últimos estados sofrerão consequências de que a população dos bens geridos muito provavelmente não será atingida.
            A listagem tanto dos estados mais bem administrados, quanto aqueles com mais deficiente administração, muitas vezes como se verificará adiante, o grau da boa ou má administração não é necessariamente correlacionado com a relativa pobreza ou riqueza do estado em causa, em termos de recursos naturais, ou de maior ou menor participação na distribuição de riqueza na Federação.
              Assim, o levantamento da Secretaria Especial de Fazenda dividiu os estados em dois grupos e observou dados de investimento, receita e gasto com pessoal entre 2006 e 2018. No primeiro grupo, estão aqueles vistos como bons exemplos de gestão fiscal (Espírito Santo, Alagoas e Ceará) e que, nesse contexto, se esforçaram  para conter o avanço das despesas com a folha de pagamentos.

                 O segundo grupo, por sua vez, considera os governos que não alteraram a trajetória de gastos (Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul)  e que, por isso, viram o percentual da receita comprometido com a folha subir em ritmo bem mais acelerado que os demais. Por isso, Rio, Minas e Rio Grande do Sul são as unidades da Federação em pior situação fiscal do país.

                      Essa realidade contábil nada tem de teórico, pois ela se reflete também na situação respectiva dos Estados. Assim, os melhores Espírito Santo, Alagoas e Ceará investiram em média R$ 381 por habitante em 2018. Já o investimento médio por habitante do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul  foi de R$ 91 em 2018.

                       Bons governadores, como Paulo Hartung, que se atêm à realidade fiscal, e que por isso contribuem para que o estado respectivo cresça acima da média nacional.Não só porque os que têm finanças organizadas  trazem mais segurança para os investidores. O estudo em tela também ressalta que  o equilíbrio fiscal tem efeitos positivos  sobre os serviços básicos, como a educação e a saúde.  Nesse contexto, é de notar-se que de 2013 a 2017, Espírito Santo, Ceará e Alagoas subiram entre seis e nove posições no ranking do Índice de Educação Básica (Ideb).  Já o Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais caíram entre seis e doze posições. 

                           A conclusão do texto é importante, mas é de lamentar-se a omissão sobre o grau de contribuição - tanto positiva, quanto negativa, seja nos estados com boa administração financeira, seja com aqueles de má administração -, com vistas a determinar-se qual foi a incidência nos serviços médicos e sanitários, para que também se possa aferir o quanto a boa administração possa incidir de modo afirmativo na melhoria de tais serviços médicos e sanitários, de que, v.g., os do Rio de Janeiro, no setor público, atravessam grave crise, como manifestam as respectivas más condições e, consequente afastamento daquelas condições ótimas para o atendimento adequado para a população carente que delas  tanto depende.

(Fonte:  O Globo)

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