segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O ISIS ATACA PARIS

                                     

          O ataque do Exército Islâmico contra a cidade de Paris, realizado na noite de sábado, catorze de novembro, e que vitimou a 129 pessoas, provocou  maciço ataque aéreo de caças-bombardeio franceses a Raqqa - que é havida como a capital do E.I. Em pelo menos 20 ondas sucessivas, e em intervalo de uma hora, a aviação militar francesa atingiu, além de centro de comando do ISLI, depósito de munição, e campo de treinamento.

         Os caças-bombardeio partiram de base aérea na Jordânia e também, de maior distância, dos Emirados Árabes, no Golfo Pérsico.

         A Bélgica é havida como um dos virtuais celeiros do extremismo islamita, e estaria entre os maiores na Europa. São tristemente conhecidas as causas subjacentes à expansão do radicalismo islamita no Velho Continente e têm muito a ver com a alienação dos descendentes de muçulmanos, seja a população do Magreb, no Norte da África (Argélia, Marrocos e Tunísia), bem como dos turcos na Alemanha, e o segmentos árabes na França, Países Baixos e na Suíça. A parcela de origem islâmica no Reino Unido tampouco é pequena, posto que reúna muitos descendentes oriundos de sua antiga expansão imperial no Oriente (Paquistão e Índia).

         Sem embargo, com o surgimento do 'Califado'  de al-Bagdahdi, e seu extremismo sunita, temos um descendente indireto da guerra irresponsável de George Bush contra o Iraque de Saddam Hussein, com que a pretexto de buscar inexistentes provas de armas de destruição em massa (WMD), os Estados Unidos, a então isolada Superpotência, iniciou guerra que acarretou prejuízo milionários para a sua economia, e terá desencadeado o chamado declínio, que já é descrito por autores americanos em muitas pequenas cidades decadentes, e com os respectivos depósitos e estabelecimentos comerciais fechados.

          Os Estados Unidos de Obama enfrenta a terceirização de nova guerra, ocasionada no Oriente Médio, e pela qual o Iraque enfraquecido perde,por ora, territórios para o E.I.. Por outro lado, o que resta da Síria, de Bashar al-Assad  é apoiado sobretudo pela Rússia de Putin, e pelo Irã, do ayatollah Khamenei, aquela por motivos geoestratégicos e base militar, e este por questão religiosa, em que a heteróclita seita alauíta é vizinha do credo xiita.

         A ditadura de Bashar vem persistindo  muito por causa do incessante e interessado apoio de Moscou e Teerã.  O senhor do Kremlin não quer perder as suas bases em território sírio, que ensejam à sua marinha de guerra acesso aos cobiçados mares de águas quentes, assim como a nova cessão de Latakia que lhe dá ensejo de construir  base aérea. Por sua vez, Khamenei precisa de Assad sobremodo para evitar o isolamento no mundo árabe, que é, em predominância, sunita. Além disso, a facção guerrilheira no pobre Líbano, o Hezbollah, só se mantém pelo apoio de Teerã.

         Retornando à Bélgica, há evidências que pelo menos três dos envolvidos nessa operação tenham a ver com esse país vizinho da França. Dessa trinca, um deles morreu durante os atentados, e o segundo foi preso ao tentar  cruzar a fronteira. Os serviços de segurança procuram ainda o terceiro homem. O suspeito é Salah Abdeslam, nascido em Bruxelas, e que pode ter fugido pela Europa.  Ontem, quinze de novembro a Justiça belga emitiu ordem de detenção internacional contra esse fugitivo. Por outro lado, outras oito pessoas no país foram presas - três no sábado e cinco no domingo quinze.

         No entanto, a conexão belga não para aí. Dentre os sete terroristas investigados - todos mortos por seus cinturões de explosivos, foram identificados três franceses (idades entre 20 e 31 anos). Dois deles também moravam em Bruxelas, pelo menos um em Molenbeek, bairro pobre no subúrbio da capital e viveiro do radicalismo islâmico na Belgica.

         Foi na capital belga que o suspeito foragido alugou o Volkswagen Polo usado no ataque ao BATACLAN. Considerado um indivíduo perigoso pelas forças de segurança, que lhe divulgaram a foto.  Dois irmãos de Salah também estariam envolvidos no massacre. Um deles foi preso na Bélgica ontem, quinze de novembro; o terceiro, Ibrahim Abdeslam teria morrido durante os ataques.

        Por fim, a Polícia francesa encontrou o segundo dos dois veículos usados pelos jihadistas - não o empregado no Bataclan, mas um Seat preto, que teria sido utilizado nos ataques a bares e restaurantes.  O carro foi achado fora do centro parisiense, e longe do local dos atentados. Dentro dele, havia fuzis automáticos Kalashnikov, similares aos usados nos ataques terroristas.

 

( Fonte:  O  Globo )  

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