sábado, 28 de novembro de 2015

A Crise da Incompetência de Dilma


                               
        Examinando a situação do Governo Dilma e a extensão de sua responsabilidade no desastre que se abate sobre o Brasil, (a) se são imperativas as medidas para o congelamento da máquina pública, elas são insuficientes porque o déficit é dez vezes maior; (b) o governo Dilma foi remisso, empurrando com a barriga e deixando para o fim do ano a tomada de tais medidas; (c) vê-se, então, diante do inesperado, com a tragédia da prisão do líder da maioria e a paralisia do Congresso.

        Além do desgoverno de Dilma, a falta de qualquer ação de sua parte, transformou a administração em um morto-vivo que pesa, com todo o gravame da própria inutilidade, sobre o país.

        Poderia complicar ainda mais se houvesse conseguido controlar a sessão alguém que não teria condições de presidi-la por ser um dos investigados na Lava-Jato. Apesar dos esforços de Renan Calheiros, a votação não foi secreta, nem a prisão do Senador Delcídio Amaral foi levantada.

        Mantida à deriva, a base do Governo, que teoricamente seria maioria, se desfez por série de fatores: incompetência da Casa Civil de Aloisio Mercadante, a que Jaques Wagner chega com muito atraso; falta de qualquer capacidade de liderança de Dilma; medidas erráticas e desastrosas, como o envio de orçamento com déficit. Nunca base parlamentar se tem desagregado tanto, por causa da inabilidade de Dilma,  sua impopularidade e consequente ínsita fraqueza administrativa.

        A prisão do líder Delcídio, pela sua atitude canhestra, batendo de frente com o Supremo, e as consequências advenientes, foram o prego que faltava no caixão desse morto-vivo que é o governo Dilma.

        Por causa da desagregação da autoridade, nas palavras de Míriam Leitão, o governo entrou em segundo desrespeito às leis orçamentárias. A primeira fora com as pedaladas de 2014 e agora com o descumprimento do prazo de aprovar  autorização para ter déficit de R$ 120 bilhões.

         A quantidade dos erros de Dilma Rousseff - seja na gestão perdulária e nos procedimentos que roçam na área penal - durante o primeiro mandato bastariam para que nos víssemos livres desse fator desagregador e irresponsável se a sua atuação nos debates e na propaganda para a  eleição de 2014 não tivesse sido um exercício do art.171 do Código Penal.

          Volto a dizer que a primeira responsabilidade é de Lula da Silva, por haver colocado na presidência esse poste que infelizmente se agitou muito, eis que se tivesse agido de forma mais aberta, sem os truques nos livros fiscais e as pedaladas, pelo menos teria abreviado o sofrimento da gente brasileira, que hoje atravessa uma das crises mais sérias da República, com alto desemprego, alta inflação e alta incompetência funcional e fiscal, que decerto serão lembrados, e por muito tempo, como verdadeira calamidade pública.

            Para terminar, a solução para o mal que Dilma Rousseff  trouxe para o Brasil está sendo engavetada por um político submetido a processo no Conselho de Ética, que ele tudo tem feito para retardar e dificultar.

            O Congresso Brasileiro é hoje presidido por dois políticos que estão sendo investigados pela Lava-Jato.

            Com essa moeda - o julgamento pela Câmara dos Deputados do segundo governo Dilma Rousseff a autoridade competente exorbita das respectivas funções e tudo leva a crer deseja transformar uma questão pública, do interesse de toda a Nação brasileira, em expediente administrativo com que conta ganhar mais tempo de sobrevivência política.

            Estamos, portanto, diante de dois descalabros. A situação fiscal do Governo Dilma que naufraga pela própria incompetência e pasmoso, falho sentido das respectivas responsabilidades diante da Nação; e a descarada manipulação da vontade do Povo Brasileiro, expressa por petição  de Hélio Bicudo, que se procura fazer de alavanca para  fins outros que nada têm a ver com o interesse do Povo Soberano.

 

( Fonte: artigo de Miriam Leitão em  O Globo )

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