terça-feira, 17 de novembro de 2015

Brasil: Corrupção & Burocracia (XI)


                                 

          Em termos da corrupção que marcou o Governo do PT, tudo indica que ela foi uma escolha desde os seus primeiros tempos no poder. Além do chamado Mensalão, que funcionou nas bases indicadas (descritas no cap. IX), à chefia terá parecido necessário o aparelhamento da Petrobrás.

          Não sei se Lula & Cia. terão sentido a dimensão que este fatídico passo implicaria para o Partido dos Trabalhadores. Transformar a maior empresa do Brasil, aquela que representou o sonho do estamento dirigente nacional, vale dizer, a autonomia na produção de petróleo e a consequente liberação dos cerceamentos a nossa soberania - como se pôde ver ainda nos anos setenta do século passado, com a utilização pelos países árabes do ouro negro como arma de pressão e de supremacia política - na utilização da grande companhia como fonte de recursos paralelos, segundo o triste paradigma de tantas outras firmas terceiro-mundistas, é uma crua realidade, que pelas suas características agride a tudo aquilo que significa a Petróleo Brasileiro S.A. tanto para os seus idealizadores - e o primeiro deles é Getúlio Vargas que firmou a lei respectiva - quanto para o povo brasileiro em geral.

          A opção feita pelo Governo do PT contraria não só aos seus princípios e à sua ética, mas também equivale a uma bofetada na face de quem acreditara no significado e na mística da Petrobrás, e nela depositara a própria confiança através da compra de suas ações. 

          Só mesmo a máxima de Lord Acton - o poder corrompe e o poder absoluto. corrompe de forma absoluta - pode de certa forma explicar essa fraqueza da direção de um partido que se pretendia ético e até mesmo jacobino nas suas posições programáticas.

          A ganância, por outro lado, tende a cegar quem dela padece, porque as possibilidades de que tal desvio de conduta venha a ser conhecido são muito grandes, dado o número de atores que devem participar desse malfeito.

          O famoso petrolão pode inspirar facécias como as do maior cartunista nacional, que é Chico Caruso. De uns tempos para cá, ele singulariza os desenhos dos barris de petróleo com as caricaturais 'impressões digitais' de Lula, i.e., a impressão dos quatro dedos do torneiro mecânico como que identificando a quem pertence o ouro negro que aí está.

          Essa apropriação indébita da Petrobrás provocou a crise do último balanço da Estatal, dada a imensidão do desfalque infligido à empresa, com a consequente desvalorização da cotação das ações, e a série de problemas levantados em Wall Street. O prejuízo ocasionado à Petrobrás,  notadamente pela mancha maldita da corrupção, pode ser considerado como incalculável, pois a quebra da confiança  não admite soluções ready-made (prontas para uso), porque têm a ver com a suspicácia humana. Se ela é quebrada por uma vez, quem garante que não o será outra vez no futuro? É esse imponderável que a cupidez do PT, delegando um enxame de agentes políticos para desviar os lucros da grande empresa, que quase a condena à falência.

          Nesse contexto, o episódio da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, cujo estado lastimável de conservação não impediu que fossem inventados montantes absurdos para a sua 'compra' pela Petrobrás, tão manifestamente lesiva a ponto de agredir à inteligência da opinião pública. Mas isso não impediu - dentro da absurda lógica da corrupção - que os montantes disparatados fossem propostos por um senhor Nestor Cerveró e aprovados pela Chefa do Conselho de Administração da Petrobrás, que se assinava Dilma Rousseff.

            Não sei como isto vai terminar. A Operação Lava-Jato continua, e mantém  compreensivelmente grande apreço pela opinião pública. Estranha iniciativa do Ministro Teori Zavascki - que recentemente procedeu ao fatiamento de determinadas questões que eram antes da competente jurisdição do Juiz Sérgio Moro, e que foram repassadas para outras jurisdições - causou protestos, porque juiz e operação vem atuando a inteiro contento.

  

             Parece-me, no entanto, difícil afrontar o que está sendo feito contra a corrupção e dentro da lei.

   

              Nos últimos tempos, o boneco Pixuleco, que representa Lula em uniforme de presidiário sob o número 171 (que tem a ver com o estelionato e outras fórmulas de burlar a lei) tem sido aceito por onde aparece quase como se fora um fato da natureza. Pixuleco é como o último tesoureiro do PT, o Sr. Vaccari - hoje também na cadeia - chamava as 'doações' que recebia de empresas como a Odebrecht, e outras mais que hoje estão às voltas com a Justiça e o Juiz Moro.

              As mentiras e o cinismo da candidata no último turno da eleição calaram fundo no Povão, e a sua popularidade baixou ao solitário dígito. Nunca houve presidente mais impopular no Brasil, batendo até a José Sarney, depois do engodo do Plano Cruzado, quanto Dilma Rousseff.

              Como o Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, sobre quem pesa a revelação de conta milionária na Suiça - o processo está no comissão de ética da Câmara - não tem dado curso à petição de um homem probo como é o ex-deputado Hélio Bicudo (que saíu do PT quando estourou o escândalo do Mensalão em 2005), que pede o impeachment de Dilma Rousseff,  a partida da atual presidente está sendo retardada.

              Tudo indica que o seu afastamento seria benéfico para o Brasil, pois o seu governo tem sido desastroso para a Nação. A sua incapacidade para governar é notória.

              O capricho de Lula da Silva, ao indicar para a Presidência uma pessoa despreparada, não pode continuar a estender-se indefinidamente.

              Não acham, por acaso, que é mais do que tempo de por termo a tal processo ? O Brasil está parado,  com a inflação de volta, e a economia em frangalhos! Será que  já não sofreu demasiado por conta de uma indicação tão fora de propósito ?

 

( Fontes:  VEJA,  O  Globo, Folha de S. Paulo )

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