quinta-feira, 27 de março de 2014

Pif - Paf (III)

                                        

    A Missão da Unasul em Caracas

 
            A explosão do descontentamento popular na Venezuela a partir de 4 de fevereiro registra saldo de trinta e seis mortos, e mais de quatrocentos detidos. A missão de Ministros do Exterior da Unasul – de que participa o Ministro Figueiredo – reuniu-se com o presidente Nicolás Maduro e o que é inusitado, encetou um diálogo com a oposição.

           Os líderes oposicionistas se mostram inclinados a dialogar com o governo, desde que cesse a onda de prisões e de violência. A Mesa de Unidade Democrática (MUD) se disporia a discutir sobre a situação, desde que haja um mínimo de compreensão e respeito democrático.
 

    Dilma despenca nas pesquisas
       

        Por força dos temores sobre a economia e os escândalos na Petrobrás, a pesquisa Ibope, encomendada pela CNI, mostra um quadro que não difere muito daquele que sucedeu às passeatas de junho, iniciadas em São Paulo.

         Assim, Dilma cai de 43% a 36%. Na verdade, as avaliações de bom ou regular se confundem, enquanto o péssimo está com 27%.

         A série de notícias ruins das duas últimas semanas – escândalo na Petrobrás, resposta açodada da Presidenta que só contribuíu para trazer a crise para dentro do próprio Palácio do Planalto, a nota ruím da economia, que nos faz revisitar patamares que pensávamos superados,  e indicações de que podem vir outras mais – tudo isso misturado tornou possível aprovações de CPIs que pelos frios números das maiorias chapa-branca pareceria algo inviável.

       Eduardo Campos vê decerto as suas chances melhorarem, e nesse contexto o PSB turbina a oposição. No Senado, o cenário é tal que Renan Calheiros já fala da necessidade  de ativar a CPI.      

     
        O saqueio da economia ucraniana 

      
          Gospodin Vladimir Putin realmente exagerou desta feita. Além de sua violenta baixada de nível, reintroduzindo nas relações internacionais o desrespeito dos tratados e a atmosfera da selva, em que o forte pode tudo, e ao fraco apenas resta a tíbia esperança de que os maus ventos dos corsários e piratas – que se pensava criaturas do passado – venham a desaparecer.

          Como a Rússia dispõe de fontes de energia e gás, as reações na Europa Ocidental se cingem por ora a uma prudente e cuidada linguagem diplomática, que em muitos rincões se confunde com o silêncio.

         Por enquanto, a pena mais gravosa para Putin foi o cancelamento da reunião do G-8 (hoje G-7) em Sochi. Ser chamado de potência regional não creio incomode muito ao Senhor do Kremlin. Por ora, antes que eventuais consequências negativas de seu desrespeito das relações externas, além da quebra de confiança na norma internacional, venham a ter  repercussões negativas para o povo russo, Putin pode encenar as suas fantasias de homem forte.

          Infelizmente, o ex-KGB Vladimir Putin se acredita acima do bem e do mal. Mais uma vez, por cair nesse tipo de comportamento, o presidente russo acredita poder banhar-se no êxtase da  popularidade  dos senhores da guerra.

          A espada, como ornamento, pode até compor a figura marcial. Como eventuais ídolos seus terão experimentado, o sortilégio tende a dissipar-se rápido, uma vez desembainhada.  

 

(Fontes: O Globo on-line, Folha de S. Paulo)

Nenhum comentário: