sexta-feira, 7 de março de 2014

Diário da Mídia (IX)

                                
Governo Dilma: balanço no vermelho

   
        Segundo noticia O Globo, as importações de petróleo e o aumento das encomendas de eletroeletrônicos e peças contribuíram  para que de novo a nossa balança comercial fique no vermelho. Assim, vai o Governo Dilma colecionando os maiores déficits históricos, desde o início da série.

              O saldo ficou negativo em US$ 2,125 bilhões, eis que as exportações de U$15,934 bilhões não cobriram as importações de US$ 18,059 bilhões. Não surpreende, tampouco, que o déficit do primeiro bimestre seja de US$ 6,183 bilhões. 

              No país da autossuficiência petrolífera, o déficit nas importações de combustivel é US$ 3,5 bilhões, a única redução consignada, eis que em 2013 o saldo negativo fora de US$ 4,6 bilhões.

              Como os tempos se anunciam bicudos, o real está enfraquecido, e o Brasil não mais se afigura destino privilegiado não só para ieds  (investimento econômico direto) além de outras operações de mercado de curto e médio prazo, vem aumentando a conversa de incentivar ‘captações’ no exterior, o que não passa de empréstimos induzidos, para compensar a falta de divisas. Essas captações, usuais nas épocas pregressas de vacas magras, voltam agora para tentar reequilibrar o balanço de pagamentos, a custo de juros mais onerosos.

 

Crise na Venezuela

 
            A atitude de Nicolás Maduro no que tange a manifestações da oposição não tem nada de democrática. Os famigerados colectivos voltaram a ser instados a reprimir os atos de protesto das forças oposicionistas. Apesar do caráter pacífico desses protestos, tal não é suficiente para que sejam tolerados pelas milícias armadas.  Ontem mesmo mais duas pessoas foram abatidas a tiros – um motociclista e um integrante da Guarda Nacional. Desde o início das manifestações, ascende a vinte pessoas o total de mortes ao ensejo de protestos pacíficos contra o governo de Maduro.

            Por outro lado, grupo de países latino-americanos representados na OEA logrou impedir a aprovação de declaração sobre a situação no país, assim como a convocação dos chanceleres para discutir a crise venezuelana. Que nada tenha sido produzido, foi considerado vitória pelo Ministro do Exterior venezuelana, Elias Jaua. Se vitória foi, é daquelas de Pirro, em que apenas essa turma consegue deter o inexorável por mais algum tempo.

            Marco Aurélio Garcia – o alto funcionário petista ligado a Lula da Silva, que agora está sob a asa de dona Dilma - esteve em Caracas, quando foi recebido por Maduro. Com o petismo, em divisão que não tem precedente histórico, as questões latino-americanas passaram a serem da alçada de representantes petistas, o que muito contribuíu para dar às relações com muitos dos países latino-americanos um ranço partidístico, e não mais de Estado. Não surpreende, portanto, que o povo venezuelano venha reclamando com crescente insistência declarações da chancelaria brasileira, em apoio à democracia. Também desta feita a visita de Marco Aurélio não produziu qualquer posição em favor dos direitos humanos e do respeito à democracia na Venezuela.

           Por isso, os manifestantes que se reuniram pacificamente diante de nossa embaixada em Caracas, o faziam tangidos por ideias pregressas, em que o Itamaraty podia ser contado quanto a atitudes pró-direitos humanos e respeito à convivência pacífica, dentro dos moldes da anterior diplomacia de estado praticada pelos antecessores de Nosso Guia no Ministério das Relações Exteriores.  Agora, com boa parcela das questões latino-americanas ficando a conta de altos funcionários petistas, o silêncio da chancelaria brasileira se torna por vezes atroador.

 
Os Estados Unidos podem exportar gás para a Ucrânia

 
         Crescem as pressões internas para que os Estados Unidos – que desde 2013 é o principal produtor de gás no mundo, ao superar a Rússia – autorize a exportação de gás para a Ucrânia, com que Washington limitaria a influência de Moscou sobre Kiev.

         Por lei, os EUA só podem exportar gás para países com que mantêm acordos de livre comércio. No entanto, essa regra vem admitindo exceções, eis que em passado recente empresas de seis países (China, Japão, Taiwan, Espanha, França e Chile) assinaram acordo com Washington, autorizando a operação.

         Se Washington passasse a exportar gás para a Ucrânia, tal seria importante para libertar Kiev de excessiva dependência energética do Kremlin.  A Rússia exporta 30% do gás fornecido à Europa, e no passado, já cortara o abastecimento para Kiev por duas vezes, o que decerto torna apreensivos não só os ucranianos, senão os próprios europeus.

          No entanto, tal seria um projeto de médio prazo, eis que pelas exigências técnicas do mercado seriam necessários pelo menos mais dois anos para que tal fornecimento alternativo se torne viável. Para alguns, é projeto para daqui a cinco ou dez anos.

          Não é exatamente a solução ideal para quem está com a corda energética no pescoço.  Mas se nada se fizer no capítulo, o estado de coisas não irá mudar, o que favoreceria o império russo.

 

                                       

(Fontes: Folha de S. Paulo, O Globo on-line)

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